ROMA, 7 JUN (ANSA) – O papa Francisco foi internado nesta quarta-feira (7) para ser submetido a uma cirurgia abdominal para tratar de uma laparocele, espécie de hérnia incisional que se forma na cicatriz de uma operação anterior.

Como no caso de Jorge Bergoglio, essa condição pode causar obstruções intestinais “recorrentes, dolorosas e cada vez piores”, segundo as palavras do porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.

“Quando se passa por uma cirurgia de grande porte no abdômen, pode-se criar um local de menor resistência dos tecidos, onde partes do intestino podem ficar presas, ou encarcerar-se, em termos técnicos, criando oclusões”, diz à ANSA o médico Pierluigi Fracasso, diretor do departamento de gastroenterologia do Hospital Sandro Pertini, de Roma.

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O Papa foi submetido há pouco menos de dois anos a uma cirurgia no cólon e agora passará por uma laparotomia, ou seja, uma incisão na cavidade abdominal, para remover a laparocele.

“Essas obstruções intestinais podem ser dolorosas e até perigosas quando não se age prontamente. Devido à irrigação sanguínea ruim, podem surgir isquemias intestinais, que podem evoluir para necroses”, acrescenta Fracasso.

Segundo o médico, o procedimento de laparotomia não é tão simples, mas as complicações são “bastante raras”.

“Normalmente, é feita sob anestesia geral e consiste em uma incisão na cicatriz, seguida da colocação de uma tela biocompatível que substituirá a parede muscular do abdômen. O tempo de recuperação é de poucos dias, mas sempre depende das características e da idade do paciente”, explica Fracasso.

(ANSA).