O ex-ciclista Lance Armstrong entrou em acordo com a Justiça dos Estados Unidos para pagar US$ 5 milhões (cerca de R$ 17 milhões) ao governo norte-americano, que cobrava US$ 100 milhões dele por considerar que o U.S. Postal Service, um dos patrocinadores de Armstrong, fora fraudado diante das revelações de doping ostensivo do ex-atleta.

O acordo foi anunciado nesta quinta-feira, a menos de um mês do julgamento do caso, agendado para o dia 7 de maio, em Washington. Ex-parceiro de Armstrong na então equipe U.S. Postal Service, Floyd Landis foi quem abriu a ação na Justiça, ainda no ano de 2010, e pode ter direito a 25% do valor acordado.

O governo dos Estados Unidos, que investiu milhões de dólares em patrocínio ao então ciclista, entrou na mesma ação em 2013 ao alegar que foi prejudicado pela mentira do então atleta, que surpreendeu o mundo ao admitir o caso de doping, após faturar um recorde de sete títulos da tradicional Volta da França.

Quando admitiu o caso de doping, Armstrong já estava aposentado. Porém, a admissão atingiu diretamente sua imagem e o vínculo com diversos patrocinadores. Na época, o ciclista era um dos atletas mais populares do mundo, também em razão da vitória contra um câncer nos testículos que o tornou símbolo mundial da luta contra a doença.

Em um comunicado enviado à agência de notícias Associated Press, Armstrong disse estar feliz por “ter feito as pazes com o Postal Service”. “Ainda que eu acredita que este processo seja injusto, e que tenha me custado muito dinheiro para resolvê-lo, eu tenho desde 2013 tentado assumir total responsabilidade pelos meus erros e pela minha conduta inapropriada”, declarou.

O acordo confirmado nesta quinta encerra um dos processos mais difíceis contra Armstrong desde a sua queda. O ex-ciclista de 46 anos já levou duros golpes financeiros, perdeu todos os seus principais patrocinadores e precisou pagar mais de US$ 20 milhões em acordos e processos judiciais. O acerto com o governo norte-americano foi o maior até agora.

“Ninguém está acima da lei”, afirmou Chad Readler, advogado do Departamento de Justiça do governo. “Este processo demonstra que quem engana o governo será responsabilizado”, declarou Readler.