A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, informou nesta sexta-feira o Conselho Executivo da entidade sobre o pedido de um programa de crédito solicitado pela Argentina, embora os detalhes do acordo devam ainda ser negociados.
Em nota oficial, Lagarde deixou claro que o programa resultante da negociação com o FMI será de responsabilidade do governo de Mauricio Macri.
“Trata-se de um programa econômico da Argentina concebido integralmente pelo presidente Macri e seu governo”, declarou a diretora do FMI.
Várias pesquisas realizadas na Argentina indicam uma forte rejeição da opinião pública à decisão do governo de recorrer ao FMI para resolver uma crise financeira aguda que abala o país.
Na semana passada, a Argentina solicitou formalmente ao FMI um programa de crédito do tipo ‘stand by’ de “acesso excepcional”, que permitiria ao país obter recursos bem acima do valor correspondente a sua quota para a entidade.
Na nota divulgada nesta sexta-feira, o FMI disse que a reunião do Conselho Executivo “foi uma oportunidade para o pessoal técnico” atualizar a instância administrativa sobre “a evolução econômica recente na Argentina e apresentar com mais detalhes o programa de governo”.
No mesmo documento, Lagarde admitiu que a decisão do governo de Macri de recorrer ao FMI foi impulsionada pela urgência de lidar com a volatilidade dos mercados, e também “proteger (…) a coesão social do país”.
De acordo com Lagarde, quando Macri chegou ao poder, decidiu “calibrar o ritmo do programa de reformas” como uma forma de “forjar e manter o consenso social”.
No entanto, acrescentou que “havia uma compreensão clara de que essa abordagem implicaria certas vulnerabilidades”.