~ Foi daqui que pediram uma diva pop? ~
Lady Gaga, aos 39 anos de idade, fez jus ao título conquistado ao longo de seus mais de 20 anos de carreira ao trazer uma apresentação histórica para a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, que teve início na noite de sábado, 3, e terminou na madrugada deste domingo, 4.
Maior show da vida musical da cantora, com 2,1 milhões de pessoas assistindo de pertinho, a ópera-pop-gótica apresentada em solo brasileiro e dividida em cinco atos colocou a plateia para dançar, chorar e cantar aos berros o que estava engasgado desde 2017, quando a artista cancelou sua participação no Rock in Rio daquele ano por problemas de saúde.
Não há como negar que a artista se redimiu com o Brasil dessa vez: houve menos tempo de atraso para o início da apresentação – se compararmos com o show de Madonna em 2024, que subiu ao palco após 1 hora e 10 minutos de espera do público -, remexeu na memória afetiva de quem aguardava seu repertório famoso, tocou piano, guitarra, subiu e desceu escadas, trocou de figurinos diversas vezes, “foi pra galera”, declamou um discurso saudoso e, incansavelmente, cantou a plenos pulmões todos os hits.

Lady Gaga emocionada em show no Rio de Janeiro – Reprodução/TV Globo
Emocionada, Gaga foi às lágrimas mais de uma vez durante a apresentação e não escondeu a surpresa com os brasileiros, que não a abandonaram nesses anos todos de espera, acreditando que ela voltaria para cumprir seu compromisso de mother monster (mamãe monstro em tradução livre – apelido que os fãs deram para a diva).
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“O senso de comunidade aqui é tão puro. Eu sinto o quanto a música vale para vocês. Da última vez que estive aqui viramos amigos, mas agora posso garantir que somos uma família”, disse ela, no meio da performance de grandes sucessos.
Falando neles, os clássicos da trajetória de Gaga, como “Poker Face”, “Born This Way”, “Paparazzi”, “Bad Romance”, entre outros, compuseram uma espécie de filme em tela viva para quem acompanhava o show das areias da praia e de quem viu tudo pela TV – ouso dizer, inclusive, que quem assistiu do sofá de casa conseguiu captar mais detalhes do que quem ficou quilômetros de distância do palco em meio à multidão.
Para todos aqueles que nasceram de Bad Romance: pic.twitter.com/GGKU9GrWeb
— ୨୧ ⁷ (@jiminamidala) May 4, 2025
Inspirado em Michael Jackson, Prince e David Bowie, o show de Lady Gaga exigiu que ela dançasse a maior parte do tempo. Foi possível ouvir sua respiração ofegante entre uma pausa e outra de todas as músicas. Embora não precise mais provar nada a ninguém, foi no solo de piano em “Shallow” (trilha sonora do filme “Nasce Uma Estrela” – 2018) que Gaga colocou as cartas à mesa e, mais uma vez, escancarou seu poder vocal – que segue intacto. (veja abaixo)
Simplesmente Lady Gaga cantando Shallow.#LadyGagaNaGlo #LadyGagaNoMultishow pic.twitter.com/3N9R1QXxQb
— Sarah (@_sarahlasso) May 4, 2025
Embora seja difícil encontrar defeitos no show da vida de Lady Gaga – e agora podemos dizer que foi no Brasil que esse feito aconteceu (uhuu!) – há quem tenha sentido falta de uma participação brasileira, como fez Madonna no ano anterior ao convidar Pabllo Vittar para subir ao palco. No entanto, a cantora brasileira performou em um show de abertura que antecedeu o de Gaga.
Teve admirador da cantora que também ficou com uma pontinha de frustração com os pequenos trechos apresentados de “Alejandro” e “Die With A Smile” – um feat de Gaga com Bruno Mars.
Além disso, de fato, a cantora não trouxe quase nenhuma novidade para o show em Copacabana. Ela seguiu o mesmo roteiro dos quatro primeiros shows da era “Mayhem”, fruto de seu sexto álbum, e que já foi apresentado em outros países.
Porém, cá entre nós, precisava mesmo de mais alguma coisa?