Ladrões descobriram dois cofres em uma casa em Campos do Jordão (SP), de propriedade de Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa apontado como operador de propinas do PSDB. Boletim de ocorrência datado de 30 de abril, quando Souza já estava preso preventivamente na Lava Jato em São Paulo, revela os detalhes da ação dos bandidos que levaram um dos cofres e uma quantia aproximada de R$ 7,3 mil, joias, quatro relógios, jogo de faqueiro de prata com 130 peças, três aparelhos de TV, um par de tênis, três óculos escuros, uma bolsa de viagem e dois perfumes femininos.

Nesta sexta-feira, 11, o ex-diretor da Dersa obteve junto ao ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes a suspensão de sua prisão preventiva – Vieira de Souza havia sido preso no dia 6 de abril.

A ocorrência foi registrada no 1.º DP de Campos do Jordão pelo caseiro Sérgio Luiz dos Santos Júnior, no dia 30.

Foram duas invasões, relatou o caseiro. A primeira no dia 28 de abril, a outra no dia seguinte. Nas duas ocasiões, os ladrões entraram na casa após cortarem uma cerca.

O funcionário de Vieira de Souza descreveu um dos invasores – olhos castanhos escuros, 100 kg, porte médio, altura um metro de 86 centímetros, e vestia calça e blusa de moletom e tênis Nike. O outro, “branco, um metro e 70 centímetros”.

O caseiro diz ter sido dominado ao tentar guardar sua moto, no quintal da casa. “Os indivíduos usavam touca de motoqueiro e ambos tinham armas de fogo”. Ele diz ter sido ameaçado para desligar os alarmes da casa.

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“Um indivíduo ficou vigiando a vítima Sérgio na cozinha e o outro revirou a casa e veio com cofre na mão, abriram na sua frente o cofre e perguntaram se havia mais cofre, o mesmo disse não sei, levaram para dentro da casa da vítima Paulo e continuaram a revirar a casa, onde acharam outro cofre”, consta do Boletim de Ocorrência.

No entanto, segundo contou o caseiro, “acharam outro cofre e, como o cofre tinha uma luz vermelha, o mesmo disse: ‘Vamos embora'”.

“Colocaram o cofre na mochila e saíram, levaram R$ 6 mil, quatro relógios de pulso”, segue narrando o Boletim de Ocorrência, com base no relato do caseiro.

Segundo a defesa de Souza, os assaltantes ainda teriam dito ao caseiro que “caso os familiares reportassem o roubo às autoridades policiais, o matariam dentro do Centro de Detenção Provisória”.

O suposto operador do PSDB foi preso no dia 6 de abril por ordem da Justiça Federal em uma investigação da Procuradoria da República que atribui a ele desvios de R$ 7,7 milhões da Dersa em um esquema de desapropriação de imóveis no trecho Sul do Rodoanel.

A Procuradoria sustenta que Vieira de Souza ameaçou duas testemunhas que estão colaborando com a investigação. A defesa do ex-diretor nega que ele tivesse intimidado as testemunhas.


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