São Paulo, 18 – A 1º Vara Empresarial e de Conflitos relacionados à Arbitragem suspendeu a venda da Itambé para a Lactalis. O processo corre em segredo de Justiça. No dia 5, a Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR), de Minas Gerais, anunciou a venda de 100% das ações da Itambé para a francesa Lactalis, dona das marcas Batavo, Elegê e Parmalat no Brasil. O anúncio ocorreu depois de a Itambé decidir não participar do negócio entre a Vigor – que detinha 50% da marca – e a mexicana Lala, que foi fechado no fim de outubro pela JBS. Procurada, a CCPR não quis comentar. Uma fonte disse, no entanto, que a cooperativa já entrou com todas as medidas judiciais cabíveis para reverter a decisão.

O acordo entre Lactalis e CCPR garantia à cooperativa agrícola o fornecimento exclusivo no contrato de leite. Após a JBS acordar a venda da Vigor à Lala, em agosto, o destino da Itambé ficou incerto. Primeiro, anunciou-se que o negócio seria de R$ 5,7 bilhões e incluiria 100% da Itambé. No entanto, a CCPR decidiu exercer a opção de compra dos 50% pertencentes a Vigor. No fim de outubro, quando a Lala anunciou o fechamento do acordo com a JBS para a compra da Vigor, o valor anunciado foi de R$ 5 bilhões e incluía os 50% da Itambé. No entanto, a mexicana ressalvou que, caso a Itambé ficasse fora do negócio, o total da transação seria reduzido para R$ 4,325 bilhões – hipótese que agora se confirma.

Antes da decisão da Justiça, a estimativa era que a aquisição da Itambé pela Lactalis fosse concluída no primeiro semestre de 2018.