O laboratório japonês Sumitomo Pharma anunciou nesta terça-feira (5) que apresentou um pedido de autorização para comercializar um tratamento contra a doença de Parkinson que consiste em transplantar células-tronco no cérebro de um paciente, após um estudo clínico bem-sucedido.
O ensaio mostrou que o tratamento, que utiliza células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), era seguro e eficaz para melhorar os sintomas, segundo os pesquisadores da Universidade de Kyoto.
As células iPS, criadas a partir de células adultas, são reprogramadas geneticamente para se multiplicarem em qualquer tipo de célula, segundo o local do corpo onde são transplantadas.
O estudo se concentrou em sete pacientes com doença de Parkinson, com idades entre 50 e 69 anos: cada um recebeu cinco ou dez milhões de células implantadas nos dois lados do cérebro.
As células iPS procedentes de doadores saudáveis foram transformadas em precursores de células cerebrais produtoras de dopamina, que já não estão presentes nas pessoas com a doença de Parkinson.
Os pacientes foram monitorados por dois anos e não foram observados efeitos adversos significativos, segundo o estudo. Quatro pacientes mostraram uma melhora de seus sintomas.
Os resultados do ensaio clínico, coordenado pela Universidade de Kyoto, foram publicados na revista científica “Nature” em abril.
A Sumitomo Pharma também está conduzindo um ensaio clínico nos Estados Unidos.
A doença de Parkinson, que ao lado do Alzheimer é uma das principais patologias que afetam o cérebro, é uma enfermidade neurológica crônica e degenerativa que afeta o sistema motor, provocando frequentemente tremores e dificuldades motoras.
Mais de 10 milhões de pessoas sofrem da doença de Parkinson em todo o mundo, segundo a Fundação Parkinson, uma das principais organizações americanas dedicadas à luta contra a doença.
As terapias disponíveis atualmente “melhoram os sintomas sem frear nem deter a progressão da doença”, explica a fundação.
As células iPS são criadas estimulando células maduras, já especializadas, para devolvê-las a um estado juvenil, o que equivale a clonar sem recorrer a um embrião.
As células podem ser transformadas em diferentes tipos de células e seu uso é um setor-chave da pesquisa médica.
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