Após a repercussão do caso de uma mulher, de 46 anos, internada depois de usar uma caneta de Ozempic falsificada, no Rio de Janeiro, a Novo Nordisk, o laboratório responsável pela fabricação do medicamento manifestou-se nesta terça-feira, 22. O comunicado informa que casos isolados foram reportados em outros estados, entre eles: Brasília (DF), Anápolis (GO), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Paty do Alferes (RJ).

“Há indícios de que canetas de insulina Fiasp FlexTouch foram readesivadas com rótulos de Ozempic do lote NP5K174 possivelmente retirados indevidamente de canetas originais do medicamento – a Novo Nordisk não pode garantir que etiquetas de Ozempic com números de outros lotes não tenham sido igualmente utilizadas em casos semelhantes de falsificação“, diz a nota.

A empresa já tinha identificado a falsificação, mas até esta terça-feira não tinha conseguido confirmar os dados do caso. A companhia também se colocou como canal aberto para dúvidas dos consumidores e disse que permanece vigilante com outras possíveis complicações. Além disso, coletou amostras usadas no caso para análise e laudo e notificou a Anvisa sobre os medicamentos falsos.

“A companhia reconhece a gravidade da situação e esclarece que está em contato e colaborando com as autoridades competentes, para contribuir com a investigação dos fatos.”

No documento foram dadas algumas recomendações para diferenciar e confirmar se a caneta utilizada é a correta, dentre elas estão:

  • A caneta de Ozempic é azul clara e possui botão de aplicação cinza, já a caneta de insulina Fiasp é azul escura e com botão de aplicação laranja;
  • Atenção no momento da venda em canais não publicamente licenciados pela Anvisa – que não possuem licenciatura para usar o nome e os produtos da marca;
  • Embalagem do medicamento violada ou rasurada: se a caixa possuir idioma estrangeiro, com aparência divergente, e com informações incorretas. É importante ressaltar que as canetas do remédio são vendidas apenas pré-preenchidas;
  • Preços absurdamente baixos: os produtos da marca seguem a tabela da CMED – órgão federal que regulamenta todos os preços de medicamento do país;
  • Adesivos e indicações de ‘nova fórmula’: o laboratório não altera a produção desde seu lançamento em 2019;
  • As canetas de Ozempic 1 mg não possuem numerações diferentes a 0 mg e 1 mg no seletor da dose.

A Anvisa também reforçou a atenção para os lotes identificados como falsos desde 2023, como o MP5C960 e o LP6F832. A investigação do caso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro também segue ativa e os outros exemplares do lote já foram retirados da farmácia.

A paciente deu entrada no hospital com hipoglicemia severa, mas permaneceu estável e recebeu alta nesta segunda-feira.