Um emocionado Nick Kyrgios anunciou neste domingo que não vai participar do US Open (Aberto de Tênis dos Estados Unidos), em respeito às “centenas de milhares de americanos que perderam a vida”, e pediu aos tenistas que estiverem no torneio para agir com responsabilidade.

“Não jogarei este ano no US Open. Dói minha alma”, disse o tenista australiano em um vídeo publicado no Twitter, acrescentando que “faz isso pelo povo, pelos meus australianos, pelas centenas de milhares de americanos que perderam a vida, por todos vocês.”

Como ele, seu compatriota Ashleigh Barty também decidiu nesta semana não participar da tradicional competição, a ser realizada em Nova York de 31 de agosto a 13 de setembro, citando os “riscos significativos” envolvidos na pandemia de coronavírus.

Mais de 150.000 pessoas morreram de COVID-19 nos Estados Unidos, onde mais de 4,5 milhões de casos foram registrados desde o início da pandemia.

Em sua mensagem, o tenista número 40 no ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais), afirmou que era hora de focar “no que é importante: saúde e segurança”, embora não tenha criticado a USTA (Associação de Tênis dos Estados Unidos) por sua decisão de manter a realização do evento, um dos quatro que formam as principais competições do circuito (chamadas “grand slams”), ao lado do Australian Open (Aberto da Austrália), Roland Garros (França) e Wimbledon (Inglaterra).

Em vez disso, ele criticou “jogadores egoístas”, sem mencionar explicitamente nenhum.

“Eles devem agir pelo interesse de todos e trabalhar juntos, não podem dançar nas mesas e ganhar dinheiro para percorrer a Europa ou tentar ganhar dinheiro rapidamente organizando uma exibição que é simplesmente egoísta”.

Especialistas apontaram que essas palavras do australiano tinham um alvo: o sérvio Novak Djokovic, número 1 do mundo, que foi diagnosticado com o novo coronavírus depois de organizar um torneio de exibição em junho, no qual as medidas de segurança sanitária e de distanciamento social não foram respeitadas.

Também poderia ser o alemão Alexander Zverev (7º), que também deu positivo para a doença e foi visto em uma festa alguns dias depois de participar do torneio de Djokovic.

Kyrgios os encorajou a “pensar nos outros pela primeira vez”. “É disso que se trata esse vírus, ele não se importa com seu ranking mundial ou seu dinheiro, atuem de forma responsável”.

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