Kursk, Oreshnik e Coreia do Norte: o terceiro ano da guerra da Ucrânia em números

No dia 24 de fevereiro, a guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2022 pela invasão russa do território ucraniano, completa três anos.

A seguir, alguns dados que marcaram o terceiro ano da guerra.

– Kursk –

No início de agosto de 2024, as tropas ucranianas iniciaram uma ofensiva na região fronteiriça de Kursk, oeste da Rússia, onde continuam resistindo apesar das contraofensivas russas para tentar expulsá-las.

Em 13 de fevereiro, Kiev afirmou que controlava 500 quilômetros quadrados da região, dois terços a menos dos 1.400 km2 reivindicados no início do ataque.

Centenas de civis russos continuam bloqueados na região próxima aos combates, isolados de suas famílias e do restante da Rússia. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou recentemente que estava disposto a “trocar” território em caso de negociações de paz com Moscou, mas o Kremlin rejeitou a ideia.

– Coreia do Norte –

A suposta participação de um exército estrangeiro representou uma escalada significativa no conflito.

Segundo a Ucrânia, os Estados Unidos e a Coreia do Sul, a Coreia do Norte enviou, a partir de outubro, mais de 10.000 soldados para ajudar as forças russas na região de Kursk, fato que nem Moscou, nem Pyongyang reconheceram.

Kiev declarou recentemente que os soldados foram “retirados” devido às graves perdas sofridas, antes de indicar que estavam combatendo novamente na região.

A inteligência sul-coreana calculou, em janeiro, que quase 300 soldados norte-coreanos morreram e outros 2.700 ficaram feridos.

Kiev e as potências ocidentais também acusam Pyongyang de fornecer projéteis de artilharia e mísseis balísticos à Rússia.

– Oreshnik –

A Rússia usou o míssil Oreshnik de última geração em 21 de novembro de 2024 contra a cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, em resposta aos ataques ucranianos com mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos e Reino Unido.

No ataque, o Oreshnik transportava ogivas convencionais, mas o projétil pode ser equipado com ogivas nucleares e atacar alvos localizados a vários milhares de quilômetros.

O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou utilizar o míssil contra os “centros de comando” de Kiev.

– 4.360 km2 –

As forças russas avançaram 4.360 km2 na Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2024, quase 22 vezes mais que no segundo ano da guerra (200 km2), segundo uma análise da AFP baseada em dados fornecidos pelo Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW) até 16 de fevereiro.

Quase 75% do território tomado pelos russos fica na região leste de Donetsk, onde as tropas de Moscou reivindicaram a tomada de Toretsk em 7 de fevereiro. Moscou também está perto de entrar em outra importante cidade de mineração, Pokrovsk.

– 61 bilhões de dólares –

Em abril de 2024, os Estados Unidos aprovaram uma ajuda econômica e militar de 61 bilhões de dólares (347 bilhões de reais) à Ucrânia, após meses de negociações no Congresso.

Antes da posse de Donald Trump em 20 de janeiro, a administração do ex-presidente Joe Biden desbloqueou 20 bilhões de dólares (113,9 bilhões de reais), sua parte de um empréstimo de 50 bilhões prometido pelo G7, que será financiado com os juros dos ativos russos congelados pelas sanções internacionais.

Trump declarou recentemente que queria acesso aos recursos minerais estratégicos da Ucrânia em troca da ajuda de Washington. Zelensky não descartou a opção.

vr-paj/ang/maj/pta/sag/zm/fp