A Kroton reportou no quarto trimestre de 2016 um aumento nos níveis de provisão para inadimplência no ensino presencial, provocado não só pelo efeito do financiamento privado a estudantes como também por maior provisionamento para os alunos que pagam as mensalidades sem auxílio. No caso dos alunos pagantes, a provisão para créditos de liquidação duvidosa atingiu 7,4% da receita, aumento de 0,9 ponto porcentual na comparação com o mesmo trimestre de 2015.

A provisão total no ensino presencial chegou a R$ 66,6 milhões no trimestre, aumento de 49% ante igual período de 2016.

Uma parte do impacto veio do provisionamento para os alunos que aderiram ao programa de parcelamento de mensalidades criado pela empresa e chamado de PEP. A base de estudantes que têm esse parcelamento tem crescido e a companhia provisiona 50% dos recebíveis nesse modelo. Com isso, foram R$ 34,8 milhões provisionados em razão do PEP, mais que o dobro do ano passado.

A companhia, porém, ainda decidiu ampliar o provisionamento para os alunos que não têm o parcelamento. A provisão no caso deles somou R$ 26,3 milhões, aumento de 44%.

Segundo a Kroton, o aumento foi feito para “melhor refletir as expectativas de inadimplência perante a deterioração do cenário macroeconômico”. “A decisão de aumentar o nível de PCLD está em linha com a política de observação das safras históricas”, disse a empresa, em sua divulgação de resultados.

No ensino a distância, a provisão atingiu 8,1% da receita nessa modalidade de ensino no quarto trimestre de 2016, uma piora de 0,7 ponto porcentual na comparação anual. Segundo a Kroton, “esse aumento está em linha com o observado no segmento presencial e trata-se de um movimento que a companhia tem realizado desde o início de 2016 para fazer frente ao cenário econômico mais desafiador”.