O Kremlin negou um informe do Senado americano, nesta terça-feira (18), segundo o qual uma campanha de propaganda russa nas redes sociais teria incentivado cidadãos afro-americanos a se absterem nas eleições de 2016 nos Estados Unidos.

“Trata-se de acusações e de denúncias muito gerais. Algumas são incompreensíveis”, disse à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

“Censuram que uma pessoa tenha tido um olhar crítico a respeito da situação de um entorno social, ou de outro. Mas não sabemos por que a Rússia teria de se envolver nisso”, afirmou Peskov, repetindo que “o Estado russo e seu governo nunca participaram de qualquer interferência” no exterior.

A Internet Research Agency (IRA), um organismo russo considerado pela Justiça americana como uma fábrica de “trolls” financiada pelo Kremlin, tentou dissuadir setores da população ligada ao Partido Democrata de irem votar, como aponta um informe feito pela Universidade de Oxford para o Senado dos EUA.

A IRA tentou seduzir jovens, minorias étnicas e a comunidade LGBT, pondo ênfase especial na comunidade afro-americana, segundo o relatório elaborado por meio da análise de milhares de publicações da IRA nas redes sociais entre 2015 e 2017.

Também criou várias contas de perfis falsos americanos destinados à comunidade negra. Um deles, que se identificava como “Blacktivist”, publicava mensagens negativas sobre a então candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton.

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A IRA, cuja sede fica em São Petersburgo, costuma ser considerada uma ferramenta de propaganda criada por Evgueni Prigozhin, um empresário próximo ao presidente russo, Vladimir Putin. Vários de seus funcionários foram indiciados pela Justiça americana por ingerência na eleição presidencial de 2016.


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