O Kremlin afirmou nesta terça-feira, 11, que “uma parte significativa” da Ucrânia “quer ser russa”, em reação a uma sugestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que a Ucrânia pode ser russa “algum dia”.
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O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, declarou que a situação na Ucrânia “corresponde em grande medida às palavras do presidente Trump”.
“O fato de que uma parte significativa da Ucrânia quer ser russa, e já é russa, é uma realidade“, disse.
O porta-voz fez referência a quatro regiões ucranianas — Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia — cuja anexação é reivindicada por Moscou desde o final de 2022, após referendos não reconhecidos por nenhum país. Atualmente, o Kremlin controla praticamente toda a região de Lugansk, mas ocupa apenas uma parte das outras três.
As idas e vindas de Trumpp
Algumas horas antes, o presidente dos EUA sugeriu que a Ucrânia poderia ser russa “algum dia”, justamente na semana em que está prevista uma reunião de seu vice-presidente, J. D. Vance, com o chefe de Estado ucraniano, Volodimir Zelensky.
Trump apresentou a ideia em entrevista ao canal conservador americano Fox News exibida na segunda-feira, 10. “Eles podem ser russos algum dia ou eles podem não ser russos algum dia“, afirmou.
O republicano chegou à Casa Branca com a promessa de acabar rapidamente com o conflito entre Rússia e Ucrânia, que se aproxima do terceiro aniversário, e criticando a ajuda financeira robusta que seu antecessor, Joe Biden, enviava a Kiev.
O discurso gera inquietação entre as autoridades ucranianas, que temem ser forçadas a aceitar uma proposta de paz desfavorável a seus interesses.
O político ainda insistiu que a Casa Branca recupere a ajuda prestada a Kiev e sugeriu uma troca pelos recursos naturais desse país, especialmente as terras raras, a que Zelensky reagiu positivamente.
