Kremlin desaprova participação de europeus em negociações sobre Ucrânia

O Kremlin afirmou, nesta terça-feira (16), que a participação dos europeus nas negociações em curso sobre o plano dos Estados Unidos para a Ucrânia “não prenuncia nada de bom” e afirmou não ter sido informado ainda sobre os resultados dos últimos diálogos em Berlim.

“A participação dos europeus, em termos de aceitabilidade (do acordo por parte de Moscou), não prenuncia nada de bom”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Ele afirmou que a Rússia devia “primeiro tomar conhecimento” do que foi elaborado nas negociações recentes entre ucranianos e americanos antes de organizar uma nova reunião sobre o tema, com sua participação.

Na segunda-feira, o governo da Alemanha publicou uma declaração conjunta dos líderes europeus após dois dias de negociações em Berlim entre o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e emissários dos EUA, com o objetivo de alcançar um plano que ponha fim aos combates.

Os líderes dos principais países europeus – entre eles Alemanha, França e Reino Unido – e da União Europeia apresentaram a proposta de uma “força multinacional para a Ucrânia”, que seria “integrada por contribuições de nações voluntárias e apoiada pelos Estados Unidos”.

Também propuseram apoiar de forma “sustentada” um Exército ucraniano de 800.000 homens, assim como a criação de um “mecanismo de supervisão e verificação do cessar-fogo liderado pelos Estados Unidos”.

A possível proteção que a Ucrânia obteria dos Estados Unidos e da Europa após um eventual cessar-fogo para dissuadir uma nova ofensiva russa é uma das questões centrais das negociações.

Até agora, Moscou se opôs sistematicamente à mobilização de tropas europeias ou de países-membros da Otan para garantir a paz na Ucrânia.

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