Kosovo fecha instituições sérvias e Belgrado denuncia ‘escalada perigosa’

Autoridades do Kosovo fecharam instituições governamentais sérvias em várias localidades nesta quarta-feira (15), incluindo em municípios “paralelos”, agravando as tensões com Belgrado, que imediatamente denunciou uma “escalada perigosa” poucas semanas antes das eleições legislativas no país marcadas para fevereiro.

Esta nova operação das autoridades kosovares segue outras realizadas nos últimos meses para desmantelar o que Pristina considera como “instituições paralelas” que operam “ilegalmente” em territórios habitados principalmente por sérvios.

Prefeituras, correios, bancos, a administração tributária e outras instituições foram fechadas, e o uso do dinar sérvio foi proibido no Kosovo, que utiliza o euro como moeda oficial.

As operações anteriores se concentraram em localidades no norte do país, uma região majoritariamente habitada por sérvios. Esta última afeta as estruturas de Belgrado nos “enclaves” sérvios no restante do país.

Apenas as instituições de educação e saúde financiadas por Belgrado continuam funcionando.

A Sérvia, que nunca reconheceu a independência proclamada em 2008 por sua antiga província de maioria albanesa, denunciou uma “escalada perigosa”.

No total, “35 instituições” que empregam cerca de “1.100 pessoas” foram fechadas, de acordo com a estação de televisão privada sérvia B92, no início de uma entrevista com o presidente sérvio, Aleksandar Vucic.

“Estas pessoas não ficarão sem emprego. Continuarão recebendo seus salários e poderão custear as necessidades de suas famílias”, assegurou Vucic.

A operação das autoridades kosovares ocorre semanas antes das eleições legislativas, marcadas para 9 de fevereiro, que serão um teste para as políticas adotadas pelo chefe do governo, Albin Kurti.

Kurti busca consolidar a soberania de Pristina sobre todo o território e multiplica os confrontos com Belgrado.

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