Ao longo de seus 20 anos de carreira na NBA, Kobe Bryant ganhou fãs e críticos pelo alto grau de competitividade que sempre apresentou. E na sua despedida, Kobe foi Kobe. Um dos maiores nomes do basquete em todos os tempos, ele superou todas as limitações físicas de seus 37 anos e marcou inacreditáveis 60 pontos para dar a vitória nos últimos segundos ao Los Angeles Lakers sobre o Utah Jazz por 101 a 96, na noite de quarta-feira.

Kobe fez a festa de um Staples Center lotado, sedento por acompanhar de perto a última página da carreira daquele que fez a alegria da torcida nos últimos 20 anos. Do primeiro segundo da apresentação dos jogadores até o último deles deixar a quadra, o que se viu foi um verdadeiro show, digno do tamanho do grande astro que estava dizendo adeus.

“É difícil acreditar que aconteceu deste jeito. Eu ainda estou chocado com isso”, afirmou o camisa 24 à torcida após o fim da partida. “O fim perfeito seria com o título, mas hoje era eu tentando jogar duro e dar o melhor espetáculo que eu pudesse. Foi gostoso poder fazer isso uma última vez.”

E Kobe não poderia deixar por menos. Mesmo em meio a uma temporada bastante irregular, tanto dele quanto do próprio Lakers, ele precisava de uma última grande atuação. Foi assim durante toda sua carreira, desde que foi escolhido no Draft de 1996 ao 17 anos pelo Charlotte Hornets e imediatamente trocado para o time de Los Angeles. Na terra das grandes estrelas, o ala queria ser a maior dela.

Assim o fez por 20 temporadas. O único jogador da liga até hoje a passar duas décadas vestindo a mesma camisa. Neste período, Kobe teve grandes parceiros, mas dois foram especiais. Ao lado de Shaquille O’Neal, conquistou os títulos de 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002. Depois, com Pau Gasol, repetiu o feito em 2008/2009 e 2009/2010. Também foi o MVP (jogador mais valioso) da temporada 2007/2008.

Mas em 2015/2016, o Lakers não deu a Kobe companheiros do mesmo nível. Ele mesmo não era mais o próprio, perseguido pelas lesões e pelo desgaste natural de seu corpo. Só que por uma noite, o astro ignorou tudo isso. Sabendo que o dia era dele, exigiu a bola, arriscou impressionantes 50 arremessos, mesmo com as intensas dores no ombro, e foi herói mais uma vez.

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Como se acostumou durante a carreira, Kobe foi decisivo. Dos 60 pontos, foram 23 no último período. O ala acertou uma bola de três a 59 segundos para o fim e recolocou o Lakers no jogo. Depois, converteu lindo arremesso com 31 segundos no cronômetro para virar o placar. Ainda houve tempo para dois lances livres antes da substituição final e da ovação de uma torcida incrédula com o último grande feito de um dos maiores do esporte.

Foi a primeira vez desde 2009 que o astro marcou mais de 50 pontos. Esta também foi a quinta maior pontuação da carreira do jogador que chegou a marcar 81 pontos em uma partida, contra o Toronto Raptors, em 2006. Além disso, aos 37, Kobe alcançou a melhor marca de um atleta nesta temporada, superando os 59 pontos de Anthony Davis, do New Orleans Pelicans, sobre o Detroit Pistons em fevereiro.

Kobe se emocionou, superou as expectativas mais uma vez e recebeu homenagens do Lakers e de outros astros que atuam ou já passaram pela NBA. No fim, tentou resumir para a torcida o sentimento de uma noite tão inesquecível. “Eu acho que a parte mais importante é que nós sempre estivemos juntos. Vocês estarão para sempre no meu coração e, sinceramente, eu aprecio isso. Obrigado do fundo do meu coração. Eu amo vocês, caras.”


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