A ex-presidente argentina Cristina Kirchner pediu a seus apoiadores que não se reunissem nesta sexta-feira (20) em frente à sua casa em Buenos Aires, onde cumpre pena de prisão, para evitar confrontos com a polícia, que isolou a área.
Kirchner, condenada a seis anos de prisão e inabilitação política perpétua por fraude, é a principal líder da oposição ao presidente ultraliberal Javier Milei.
Sua sentença foi confirmada dias após a líder peronista de centro-esquerda anunciar sua candidatura a deputada provincial.
A casa na capital argentina onde ela cumpre pena de prisão tornou-se foco de manifestações em solidariedade a duas vezes presidente (2007-2015) e vice-presidente (2019-2023), mas também de resistência às políticas de Milei, das quais é uma crítica ferrenha.
O poder de mobilização da líder peronista foi demonstrado na última quarta-feira em uma grande manifestação pacífica na Praça de Maio sob o lema “Argentina com Cristina”, que reuniu sindicatos, movimentos sociais, estudantes e partidos de oposição.
Para esta sexta-feira, feriado na Argentina pelo Dia da Bandeira, apoiadores de Kirchner se reuniriam em frente à sua casa, e era esperado que ela saísse para acenar ou discursar da varanda do segundo andar.
No entanto, a polícia ergueu cercas ao redor da casa, no bairro de Constitución, a poucos minutos do Congresso Nacional, e várias viaturas policiais foram estacionadas nos arredores, onde a movimentação dos apoiadores de Kirchner se tornou rotina.
“Hoje (sexta-feira), durante a madrugada, sem ordem judicial e de forma completamente ilegal, Patrícia Bullrich (ministra da Segurança) montou uma operação policial na porta da minha casa com o único objetivo de provocar conflitos que, até agora, nunca ocorreram”, declarou Kirchner nas redes sociais, instando seus apoiadores a demonstrarem “sensatez e contenção” e realizarem o evento em outro local.
A defesa da ex-presidente recorreu do regime de visitas imposto pela Justiça, limitado apenas à sua família, médicos e advogados, em meio a especulações sobre uma possível visita do presidente Lula no início de julho, quando viajará a Buenos Aires para a cúpula do Mercosul.
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