Aos 47 anos, o americano Kelly Slater, lenda viva do surfe e dono de 11 títulos mundiais, decidiu escrever um novo capítulo para sua impressionante carreira e tentar se classificar para os Jogos de Tóquio-2020, quando seu esporte estreará no programa olímpico.

Se tornar o primeiro surfista campeão olímpico. Um desafio que motiva o veterano americano, que confirmou presença nos Jogos Mundiais de surfe-2019, em Miyazaki, no Japão. Um evento imprescindível no caminho rumo aos Jogos de Tóquio e do qual Slater não participa há 30 anos.

Para fazer parte da festa olímpica ainda é preciso se classificar, mas também participar do Jogos Mundiais de surfe em 2019 ou em 2020, um evento que é visto como secundário para as estrelas do circuito profissional.

“Me parece que devo surfar nesta competição, caso contrário poderia ser desclassificado”, declarou em julho Slater, após ser eliminado na etapa da África do Sul do circuito profissional, completando que sua vontade de buscar a classificação era de “50%”.

“Por enquanto eu estou concentrado nisso, minha prioridade é voltar à elite do circuito mundial”, continuou o melhor surfista de todos os tempos, que entrou para o livro dos recordes ao se tornar o campeão do mundo mais novo da história, com 20 anos em 1992, mas também o mais velho, aos 39 anos em 2011.

– De volta a Miyazaki –

“Comecei o ano me pressionando muito para fazer parte da equipe olímpica, pensando que, talvez, me aposentaria no ano que vem e seria o fim para mim. Eram coisas demais na cabeça e não quero pensar tanto agora”, explicou.

As duas últimas temporadas de Slater foram longe de brilhantes. Sofreu com problemas nas costas e lesionou o pé, ficando de fora de 13 etapas do circuito profissional da World Surf League (WSL).

Atualmente, o americano ocupa a 11ª colocação da classificação mundial, atrás de outros dois americanos, Kolohe Andino (3º) e John John Florence (5º).

Dez das 20 vagas olímpicas serão dadas ao Top-10 da classificação mundial para no máximo dois atletas por país.

Mas a lesão de Florence, que não deve voltar ao mar até o fim da temporada, permite a Slater sonhar com a vaga olímpica.

É com essa ambição que Slater volta às terras nipônicas. Sua última participação nos Jogos Mundiais de surfe, organizados pela Federação Internacional, foi em 1990, exatamente em Miyazaki. À época, não foi capaz de subir no pódio, terminando em quinto.

Desta vez, o americano quer uma medalha, embora o mais importante agora é voltar a competir.

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