Lenda viva do surfe, o americano Kelly Slater, dono de 11 títulos mundiais, deixou claro que tem fome de novas conquistas aos 44 anos e sonha até com a possível participação à primeira edição de competições da modalidade em Olimpíadas, nos Jogos de 2020.

O astro conversou com a AFP em Hossegor, onde participa da nona etapa do circuito mundial.

– O que você acha da entrada do surfe no programa olímpico?

“Já faz muito tempo que esse assunto está em pauta. Nunca fui claramente a favor ou contra. O circuito mundial determina quem é o melhor ao levar em conta várias condições. Não sei como vai ser na Olimpíada, mas a ideia do nosso esporte não ser mais uma modalidade marginal é algo positivo e a oportunidade de representar seu país é bem interessante”.

– Quando era criança, você sonhava em ser campeão olímpico?

“Não. Não cresci sonhando em ganhar uma medalha de ouro porque não imaginava que o surfe pudesse ser esporte olímpico um dia. Só queria ser campeão mundial e ter um bom desempenho no circuito profissional. Agora, todos os jovens surfistas podem sonhar com o ouro olímpico e acho isso muito legal”.

– Mas e vocês, não pode sonhar em conquistar o ouro olímpico em 2020?

“Não sei, ainda faltam quatro anos. Haverá vários jovens talentosos e apenas duas vagas por país. Para os Estados Unidos, acho que uma delas será para John John Florence (atual número um do mundo), então acho que só vai sobrar uma para mim. Vou ter que estar competitivo no momento certo. Não sei o quanto vou estar comprometido no esporte daqui a quatro anos, mas porque não? Há dez anos, não imaginava que ainda competindo até hoje”.

-Você já está no circuito profissional já 27 anos. O que te faz sonhar no esporte?

“Eu ainda sonho, todo dia. Vejo quais são as previsões em termos de surfe ao redor do mundo em sonho onde posso viajar para pegar onda, qualquer que seja o lugar. Antes, meus sonhos, meus desejos, eram muito centrados nas competições. Agora, o que mais importa é o prazer de surfar. Eu até desenvolvi um projeto de piscina com ondas, é uma outra forma de sonhar. Existem muitos caminhos diferentes”.

– De onde vem essa mente criativa?

“Meu cérebro é muito ativo. Adoro desenhar equipamentos. Semprei adorei pensar em novas manobras ou novas maneiras de surfar, dar ideias para ajudar a desenvolver o surfe profissional. Minha mente sempre está fervendo, penso em novas coisas para fazer o tempo todo.

Declarações colhidas por SABINE COLPART

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