Foi na tentativa de se sentir viva de novo, como ela mesma assim define, que Kelly Key protagonizou uma reviravolta marcante em sua trajetória. Ela foi um verdadeiro ícone pop dos anos 2000. Sua voz embalou uma geração com músicas que falavam de empoderamento feminino antes mesmo de essa palavra ter espaço nas conversas e nas manchetes. Entre shows, programas de TV que apresentou, como Band Kids e Hoje em Dia, ela conquistou visibilidade, fãs, mas também enfrentou perdas e dores. Como sempre digo por aqui: aqueles famosos dilemas.
A música “Baba Baby” estourou nas rádios de todo o Brasil no final de 2001. Em junho do ano seguinte, Kelly anunciou o fim de seu relacionamento de cinco anos com o cantor Latino, com quem tem uma filha, Suzanna Freitas, hoje com 24 anos. O término gerou muita repercussão.
No final daquele mesmo ano, ela conheceu Mico Freitas, herdeiro de um importante grupo empresarial em Angola. O namoro evoluiu rapidamente: em 2003, passaram a morar juntos e, em 2004, se casaram. Estão juntos há mais de duas décadas. Mico tornou-se também uma figura paterna para Suzanna, que adotou oficialmente o sobrenome dele, além de ser pai de Jaime e Arthur, frutos da relação com Kelly Key.
Com o passar do tempo, os palcos foram cedendo lugar à vida familiar e aos cuidados com o corpo e a saúde. Nas redes, Kelly passou a dividir sua rotina fitness, o que a reposicionou como influenciadora digital. Curiosamente, foi nessa fase que sua relação com o esporte começou a se fortalecer. “Quando comecei a me movimentar, não era por estética. Era para equilibrar a mente, organizar a vida e me sentir viva de novo. O treino me deu coragem, clareza e disciplina”, contou ela.
Em 2023, a família se mudou para Angola, onde a artista se envolveu em um novo e ambicioso projeto: fundou o Kiala FC, um clube de futebol focado na formação de jovens atletas em Viana, Luanda. Hoje, aos 42 anos, ela ocupa a presidência do time e tornou-se a primeira mulher a comandar um clube de futebol no país.
A notícia, claro, gerou reações de surpresa, questionamentos e até críticas, especialmente de alguns brasileiros. Mas Kelly Key não se abalou: “A mesma força que me levou à academia me trouxe até aqui. Hoje sou presidente de um clube de futebol. Não foi acaso. Foi um passo consciente atrás do outro.”
Ela foi além: “Nada disso foi aleatório. Foi intencional. Foi transformador. E, se ainda duvidam, tudo bem. O que é novo assusta. O que é forte incomoda. Mas o que é verdadeiro permanece. Às vezes, o rolê aleatório é só a rota da coragem.”
Um projeto que ela faz questão de destacar: o principal objetivo é fazer o bem antes de pensar no lucro. Mais do que um título, a cantora revela que seu impulso está no impacto social: “A maior vitória não é levantar troféus, é devolver a dignidade.” Com o Kiala, ela busca oferecer não só oportunidade no esporte, mas também um caminho de transformação para cerca de 70 de jovens e suas comunidades.
Na minha leitura, a vida preparou Kelly Key para saber lidar com julgamentos. Quando estava no topo das paradas, foi criticada por ter letras “descartáveis”, por explorar a sensualidade e por, segundo muitos, só ter espaço por ser “ex do Latino”. Mas, por trás da maquiagem e dos refrões pop, existia uma mulher com sonhos, determinação e visão. Era mais fácil chamá-la de “produto da indústria” do que reconhecer o incômodo que suas músicas causavam ao questionar, com ousadia e leveza, estruturas de um machismo ainda entranhado na cultura pop.
Sim, Kelly Key foi sensual, direta e disruptiva, e por isso mesmo abriu portas para tantas outras artistas que vieram depois: Anitta, Luísa Sonza e por aí vai…
E talvez seja justamente por isso que sua nova posição no universo do futebol desperte reações tão semelhantes às de antes. Porque o novo assusta e, infelizmente, a coragem feminina ainda incomoda alguns. Mas o importante é que ela segue serena, determinada, fazendo história de novo. E isso, para mim, não é só uma virada. É uma grande inspiração para tantas outras mulheres. Ela saiu da arquibancada, provou que mulher não é cachorrinho e agora comanda o jogo. E para quem insiste em torcer o nariz… já tem até trilha sonora: baba, baby… baba
Vai para a Globo?
A Globo está de olho em um velho conhecido do público das pistas: Felipe Giaffone. De acordo com a Folha de S. Paulo, o ex-piloto e comentarista da Band estaria na mira da emissora para reforçar a equipe de transmissões da categoria. Ao que tudo indica, o movimento faz parte de uma reformulação do time esportivo do canal.
Bad Bunny quer mais
O cantor porto-riquenho Bad Bunny, de 31 anos, decidiu que não quer ser apenas cantor: ele quer apostar de vez na carreira de ator. Em entrevista à E! News, ele revelou que, após contracenar com Adam Sandler em Um Maluco no Golfe 2, está animado para explorar gêneros além da comédia, pensa em drama e até ação.
No filme, que estreia nesta sexta-feira, 25 de julho, na Netflix, ele atua como assistente do lendário Happy Gilmore, papel de Sandler. Será quem vem aí?
Até segunda!