Com um “escudo fronteiriço” que inclui cercas, valas e câmeras, o candidato de extrema direita José Antonio Kast, um dos favoritos à eleição presidencial no Chile, prometeu blindar os pontos críticos com o Peru e a Bolívia para evitar a entrada de migrantes irregulares.
A proposta de Kast, de 59 anos, que disputa a intenção de voto com a comunista Jeannette Jara, também prevê a expulsão de imigrantes sem documentos juntamente com suas famílias.
Os chilenos irão às urnas em 16 de novembro, tendo a insegurança como uma das principais preocupações.
A maioria da população associa a criminalidade à imigração irregular, que atualmente soma 337 mil pessoas – principalmente de origem venezuelana -, segundo dados oficiais.
“Vamos fechar as fronteiras em todos os lugares onde existam passagens irregulares. Vamos fechar fisicamente (…) com obstáculos físicos, sejam valas, canais ou grades. Também vamos fechar de forma tecnológica”, disse Kast em uma coletiva de imprensa.
A grande maioria dos sem documentos entra a partir do Peru ou da Bolívia por passagens clandestinas ao longo dos 1.029 km de fronteira.
Segundo Kast, são 299 km de “fronteira vulnerável”, sendo 210 km de limite com a Bolívia e 89 km com o Peru.
Nesses pontos será ativado o chamado “escudo fronteiriço”, onde a vigilância de militares, policiais e autoridades civis será reforçada com cercas metálicas.
Além disso, serão instaladas 24 câmeras fixas e 19 câmeras móveis. Em áreas de difícil acesso, serão colocados 39 sensores, cercas eletrônicas e radares.
O plano busca solucionar “um problema que afeta nossa soberania nacional, assusta nossa população e gera falta de bem-estar. Todos sabemos o que acontece com a imigração ilegal”, destacou o general aposentado Cristián Vial, responsável pelo programa.
Segundo as pesquisas, nenhum dos candidatos alcançaria votos suficientes para evitar o segundo turno, previsto para 14 de dezembro.
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