O secretário de Relações Institucionais do Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, voltou a fazer críticas públicas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e afirmou que a pasta comandada pelo petista é “frágil”. A declaração foi dada em coletiva aos jornalistas após um evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na sexta-feira, 21.
Kassab valorizou projetos importantes de Haddad aprovados pelo Congresso Nacional, mas disse que o ministro não conseguiu emplacar outros da mesma relevância. Mesmo com as críticas, o secretário de Tarcísio de Freitas (Republicanos) diz que seu partido, o PSD, continuará apoiando o governo nas medidas que considerar positivas.
“Eu tenho dito que o ministro Haddad teve bons projetos aprovados, mas que outros, que são tão importantes quanto, ele não tem tido força para aprovar”, apontou Kassab.
“Portanto, é um ministério frágil que não consegue aprovar suas medidas”, criticou.
Essa não é a primeira vez que Kassab faz críticas a Fernando Haddad. No fim do mês passado, em um evento privado, o ex-ministro do governo Michel Temer chamou Haddad de “fraco” e o comparou a outros ministros da Fazenda, como Pedro Malan, Antônio Palocci e Henrique Meirelles.
Kassab é presidente nacional do PSD, partido que atua na base de Lula (PT) no Congresso Nacional e de Tarcísio em São Paulo. Atualmente, a legenda conta com três ministérios na Esplanada: Minas e Energia (Alexandre Silveira), Agricultura (Carlos Fávaro) e Pesca (André de Paula).
Mesmo com maioria governista, deputados da legenda tendem a migrar alguns votos para a oposição, como no PL da Anistia, que pode ser votado neste ano e contará com o apoio do partido.
Pano de fundo
As críticas de Gilberto Kassab têm como pano de fundo a reforma ministerial e as sinalizações para a composição da chapa de Tarcísio em 2026. Nos dois polos, Kassab tem interesses e quer manter sua hegemonia.
No âmbito do governo federal, Kassab cobra ministérios maiores e com maior verba. O incômodo está, principalmente, na Pesca, que é vista internamente como um ministério “esquecido”.
No xadrez de Lula, o PSD pode assumir os ministérios do Turismo ou da Ciência e Tecnologia.
Já em 2026, Kassab quer assumir um protagonismo maior no governo Tarcísio e emplacar seu nome como vice na chapa de reeleição do Republicano. Para isso, o secretário deverá escantear o atual vice e seu aliado, Felício Ramuth.