Kassab critica Eduardo Bolsonaro por defender tarifas de Trump: ‘Erro muito grande’

Gilberto Kassab criticou Eduardo Bolsonaro
Foto: Cesar Itiberê/PR

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, criticou o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por defender as tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Para o dirigente, a postura do filho de Jair Bolsonaro (PL) é “totalmente inadequada” e um “grande erro”.

“O grande erro do Eduardo Bolsonaro tem sido se colocar em solidariedade ao tarifaço. Isso para um brasileiro e para um deputado federal é totalmente inadequado. Na hora em que ele não se alinha aos que defendem os interesses do Brasil, é um erro muito grande“, afirmou Kassab em entrevista à TV Bandeirantes.

Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro

Paulo Figueiredo (à esquerda) e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP): articulação nos EUA

Eduardo nos EUA

O parlamentar pediu licença do mandato na Câmara e foi para os EUA em março, com o objetivo declarado de articular sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator de processos contra seu pai no STF (Supremo Tribunal Federal). Desde então, o magistrado teve o visto americano revogado, foi enquadrado na Lei Magnitsky e, citando uma “caça às bruxas” do Judiciário brasileiro contra Bolsonaro, Donald Trump aplicou o tarifaço.

Kassab também criticou o uso da Magnitsky para tentar pressionar Moraes no julgamento do ex-presidente. Para o líder do PSD, a sanção é “uma arma muito poderosa que não foi feita para isso“.

Ex-ministro de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), o dirigente é considerado um hábil articulador político e a bancada de seu partido pode ser a “fiel da balança” para as pautas do grupo de Bolsonaro no Congresso — incluindo a votação de uma anistia ao ex-presidente por eventuais crimes –, já que tem uma bancada de 45 deputados e, embora comande três ministérios no governo Lula (PT), alterna momentos de governismo e oposição.

Contexto para prisão domiciliar de Bolsonaro

Ao ser questionado sobre a prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprimento de medidas cautelares, o político afirmou temer novas retaliações dos EUA.  “O principal assistente do secretário de Estado americano fez chegar, através da embaixada americana, um comunicado em que ele faz ameaças grandes e graves. Eu tenho receio e acho que todo o brasileiro deverá ter porque foi feita uma ameaça”, afirmou.

Kassab também defendeu que, ainda que haja justificativa técnica para a punição do ex-presidente, o ambiente político pode não ser o mais adequado. “Conversando com constitucionalistas sobre o tema, eles dizem que existem vírgulas na Constituição que justificam essa tornozeleira, mas há vírgulas na política que não justificam”.