Karol Conká participou do novo episódio do programa Sábia Ignorânci, no GNT, na segunda-feira, 2. A artista relembrou os ataques racistas que vivenciou durante a infância e comentou sobre o tratamento das mídias na conversa com Gabriela Prioli e a psicanalista e escritora Elisama Santos.

Conká contou sobre sua participação no “BBB 21” e como sua aparição no programa foi responsável pelos vários ataques que  sofreu.

“A minha edição falava sobre o tema psicologia, transtornos, eram mentes muito brilhantes que estavam na minha edição. Desde a pessoa mais tímida até a mais explosiva, que eu não sei quem é, todo mundo lá tinha o que falar e o público aqui fora também tinha o que falar”, disse a cantora.

Ela explicou que suas atitudes dentro do programa motivaram os ataques, mas que a situação que o mundo estava potencializou as reações. “Naquele momento de pandemia, onde estava todo mundo com cabeça a milhão e qualquer faísca que saía do trilho eles estavam julgando. Porque eles estavam fora de suas casas, com parente no hospital, gente perdendo gente querida.”

A cantora justificou que sua edição era o que entretinha os brasileiros na época de quarentena e por esta razão as ofensas eram mais facilmente proferidas pela internet – assim como potencialização dos comentários pelas emoções fragilizadas do público. “Eu entendi que aquilo também não era só sobre mim. Assim como eu tive minhas fragilidades, meus momentos de explosão, muita gente aqui fora teve também”, completou.

Karol revelou que em eventos posteriores muitos pediam desculpas pelos comentários que fizeram na época. “As pessoas também começaram a fazer esse movimento comigo quando me encontravam nos lugares. Desde artistas, pessoas que trabalham em bastidores: ‘Te peço desculpas. Fiz uma postagem falando tal coisa de você, mas não percebi que você tinha filho, tuas fragilidades’”, contou..

A cantora também revelou casos de racismo que sofreu quando era criança. “A primeira comunicação violenta foi no colégio. A professora fala: ‘Senta todo mundo e você também, sua macaca’. Eu tinha 8 anos e ouvi isso de uma professora. Minha mãe foi ao colégio e lembro de ter contado o que ela havia feito e na minha frente ela (a professora) falava: ‘Ela está mentindo’. Olhava para a professora e me perguntava: ‘Por que ela está mentindo?'”, relatou.

Ela descreveu que os casos voltaram a se repetir com vizinhos, dentro de relacionamentos amorosos e com seu pai. “Também sofri comunicação violenta do meu pai, ele tinha problemas com álcool e quando estava em crise de abstinência ou sob efeito do álcool ele falava coisas na minha casa que eram muito violentas”.

Karol finalizou dizendo que aos 14 anos teve uma mudança de mentalidade: “parei de ser boazinha”. Sua nova forma de ação em eventos violentos fez com que ela recebesse o apelido “língua de chicote” pelos fãs. “Eu também vou saber te machucar. Por isso então essa brincadeira da língua de chicote”, completou a cantora.