Karina Milei exige lealdade ao presidente argentino após críticas de partidários

Karina Milei, irmã do presidente argentino, Javier Milei, e sua principal assessora, exigiu nesta quarta-feira (23) a lealdade dos seguidores do governante ultraliberal, em meio a divergências internas sobre os candidatos para as eleições provinciais de Buenos Aires.

Como secretária-geral da Presidência, Karina desempenha um papel central no governo de seu irmão, que costuma chamá-la de “o Chefe”, embora ela mantenha um perfil muito discreto: quase não dá entrevistas nem faz discursos públicos.

No entanto, nesta quarta-feira, expôs publicamente seu papel como líder política ao postar um incomum comunicado em sua conta no X, direcionado a integrantes do Liberdade Avança (LLA), partido pelo qual seu irmão chegou ao poder e liderado por ela.

“Aqui não se vem para especular. Vem-se para defender com unhas e dentes as ideias do Presidente”, escreveu, e acrescentou: “Nessa batalha, a lealdade não é uma opção: é uma condição”.

A mensagem se dirigia à ala do partido liderada pelo assessor presidencial Santiago Caputo, composta por muitos dos jovens influenciadores pró-Milei, que nos últimos dias questionaram os candidatos escolhidos por Karina e seu entorno para as eleições legislativas da província de Buenos Aires em setembro.

Autodenominados “As Forças do Céu”, alguns desses seguidores se consideraram excluídos do planejamento político e apontaram no X candidatos do LLA como parte do sistema político tradicional criticado pelo presidente Milei.

Em resposta, Karina Milei reafirmou seu papel antissistema: “Não chegamos até aqui para nos adaptarmos nem para negociar com os restos do velho sistema. Viemos para destruí-lo”.

O presidente declarou em várias ocasiões que sua irmã, Caputo e ele formavam um “triângulo de ferro” que dava sustentação ao seu governo.

A exclusão de Caputo e de seus seguidores da formação das listas de candidatos afasta o assessor e consolida o binômio dos irmãos Milei.

As eleições legislativas provinciais em Buenos Aires despontam como um termômetro das nacionais de outubro, em um reduto histórico do peronismo (oposição, centro-esquerda) que concentra mais de 40% do eleitorado nacional.

Em seu comunicado, Karina também ofereceu “tabula rasa” a “todos aqueles que abraçarem com honestidade as ideias da liberdade” e destacou que “o verdadeiro inimigo está à frente: o kirchnerismo”, em referência ao espaço político liderado pela ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), atualmente em prisão domiciliar.

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