Kim Kardashian emagreceu 20kg após uma dieta radical à base de proteínas em apenas quatro meses e as fotos no perfil de Instagram da famosa impressionam. A socialite, famosa pelas curvas, tem sido criticada por expor esse estilo de alimentação, que não é vista como saudável muitos fãs e especialistas. Tudo isso para caber em um vestido, inicialmente. Porém, a celebridade segue exibindo o novo biotipo nas redes e chegou a revelar um tratamento para “apertar o estômago”.

“Antes de mais nada, é importante entendermos a mudança no padrão de beleza ao longo do tempo. O primeiro padrão de beleza estabelecido a que temos relatos relata do modelo grego com um padrão clássico, embasado na tríade: Equilíbrio, Simetria e Proporção. A ideia de um corpo feminino extremamente magro como sinônimo de beleza e sucesso é algo relativamente recente e remonta para o final do século XX”, explica o nutrólogo Paulo Lara, à IstoÉ.

Segundo Paulo, atualmente, a magreza tende a ser sinal de saúde e beleza, enquanto a obesidade se mostra como sinal de doença. “O indivíduo obeso, muitas vezes, sofre preconceito, discriminação, sente-se diminuído e humilhado, não encontra roupas do seu tamanho… Isso foi moldado diretamente e indiretamente pelos padrões de ‘modelos de passarela e modelos fotográficas nos últimos 40 anos”, lembra.

“‘Consigo me controlar e por isso sou magra’ é um pensamento que remonta aos povos europeus e sua disciplina impecável, diferentemente dos povos latinos, que têm corpos mais volumosos mais bem aceitos e até mesmo cultuados”, continuo o profissional.

“No entanto, acredito que devemos prezar pelo equilíbrio em todos os aspectos da vida. Se por um lado a gordura em excesso pode ser prejudicial, por outro, a magreza em excesso também Hoje, cada vez mais jovens recebem diagnósticos de transtornos alimentares, que são doenças de fundo psiquiátrico, causadas pela insatisfação corporal”, alerta ele.

‘Existe uma linha muito tênue entre o magro saudável e o excessivamente magro, que, muitas vezes, as pessoas não enxergam’, alerta nutrólogo Paulo Lara

Ainda segundo o médico, existe uma linha muito tênue entre o magro saudável e o excessivamente magro, que, muitas vezes, as pessoas não enxergam. “E é aqui que existe o perigo iminente de doenças como anorexia nervosa, o transtorno alimentar com maiores taxas de mortes e suicídio”, conta ele, sobre a doença que começa na infância e adolescência, fruto de uma busca excessiva pela perda de peso corporal, causados pela intensa distorção de imagem.

“A anorexia nervosa é uma doença ‘fantasma’. Quantas pessoas com esse transtorno você conhece? Provavelmente você conheça alguém que tenha, mas é bem provável que essa pessoa ainda não tenha sido diagnosticada ou não quis te contar. É um distúrbio muito mais comum em modelos, bailarinas, atrizes, profissionais da área da saúde – como médicas e nutricionistas – e todas aquelas mulheres que dependem do seu corpo magro como sinônimo de sucesso”, destaca.

Por isso, finaliza ele, sobre o esse “novo padrão de magreza” muitas vezes imposto pelas redes sociais, é muito importante o acompanhamento  no processo de emagrecimento. “Tanto para orientar os limites, fazer exames e utilizar os medicamentos corretos, quanto para detectar problemas de transtornos alimentares o quanto antes”, orienta.

“É muito comum vermos pessoas buscando milagres em dietas low carb, ou em jejum intermitente, entre tantas outros planos miraculosos que vêm sendo inventados desde a década de 1960. Há também aqueles que buscam por exercícios físicos extenuantes, uso de hormônios anabolizantes e até mesmo o uso de diuréticos para ‘secar’. Obviamente, tudo isso tem enormes risco e mais uma vez eu repito: procurem um médico de confiança”, finaliza.