03/10/2022 - 12:45
Kim Kardashian emagreceu 20kg após uma dieta radical à base de proteínas em apenas quatro meses e as fotos no perfil de Instagram da famosa impressionam. A socialite, famosa pelas curvas, tem sido criticada por expor esse estilo de alimentação, que não é vista como saudável muitos fãs e especialistas. Tudo isso para caber em um vestido, inicialmente. Porém, a celebridade segue exibindo o novo biotipo nas redes e chegou a revelar um tratamento para “apertar o estômago”.
“Antes de mais nada, é importante entendermos a mudança no padrão de beleza ao longo do tempo. O primeiro padrão de beleza estabelecido a que temos relatos relata do modelo grego com um padrão clássico, embasado na tríade: Equilíbrio, Simetria e Proporção. A ideia de um corpo feminino extremamente magro como sinônimo de beleza e sucesso é algo relativamente recente e remonta para o final do século XX”, explica o nutrólogo Paulo Lara, à IstoÉ.
Segundo Paulo, atualmente, a magreza tende a ser sinal de saúde e beleza, enquanto a obesidade se mostra como sinal de doença. “O indivíduo obeso, muitas vezes, sofre preconceito, discriminação, sente-se diminuído e humilhado, não encontra roupas do seu tamanho… Isso foi moldado diretamente e indiretamente pelos padrões de ‘modelos de passarela e modelos fotográficas nos últimos 40 anos”, lembra.
“‘Consigo me controlar e por isso sou magra’ é um pensamento que remonta aos povos europeus e sua disciplina impecável, diferentemente dos povos latinos, que têm corpos mais volumosos mais bem aceitos e até mesmo cultuados”, continuo o profissional.
“No entanto, acredito que devemos prezar pelo equilíbrio em todos os aspectos da vida. Se por um lado a gordura em excesso pode ser prejudicial, por outro, a magreza em excesso também Hoje, cada vez mais jovens recebem diagnósticos de transtornos alimentares, que são doenças de fundo psiquiátrico, causadas pela insatisfação corporal”, alerta ele.
Ainda segundo o médico, existe uma linha muito tênue entre o magro saudável e o excessivamente magro, que, muitas vezes, as pessoas não enxergam. “E é aqui que existe o perigo iminente de doenças como anorexia nervosa, o transtorno alimentar com maiores taxas de mortes e suicídio”, conta ele, sobre a doença que começa na infância e adolescência, fruto de uma busca excessiva pela perda de peso corporal, causados pela intensa distorção de imagem.
“A anorexia nervosa é uma doença ‘fantasma’. Quantas pessoas com esse transtorno você conhece? Provavelmente você conheça alguém que tenha, mas é bem provável que essa pessoa ainda não tenha sido diagnosticada ou não quis te contar. É um distúrbio muito mais comum em modelos, bailarinas, atrizes, profissionais da área da saúde – como médicas e nutricionistas – e todas aquelas mulheres que dependem do seu corpo magro como sinônimo de sucesso”, destaca.
Por isso, finaliza ele, sobre o esse “novo padrão de magreza” muitas vezes imposto pelas redes sociais, é muito importante o acompanhamento no processo de emagrecimento. “Tanto para orientar os limites, fazer exames e utilizar os medicamentos corretos, quanto para detectar problemas de transtornos alimentares o quanto antes”, orienta.
“É muito comum vermos pessoas buscando milagres em dietas low carb, ou em jejum intermitente, entre tantas outros planos miraculosos que vêm sendo inventados desde a década de 1960. Há também aqueles que buscam por exercícios físicos extenuantes, uso de hormônios anabolizantes e até mesmo o uso de diuréticos para ‘secar’. Obviamente, tudo isso tem enormes risco e mais uma vez eu repito: procurem um médico de confiança”, finaliza.