Por Helen Coster e Tiyashi Datta e Nivedita Balu
(Reuters) – O rapper norte-americano Kanye West, que agora atende por Ye, fechou um acordo inicial para comprar o Parler, plataforma de rede social popular entre os conservadores dos Estados Unidos, informou a empresa controladora do app, a Parlement Technologies, nesta segunda-feira.
O Parler, com sede em Nashville, que levantou cerca de 56 milhƵes de dĆ³lares atĆ© o momento, disse que espera que o acordo seja fechado durante o quarto trimestre de 2022. A empresa nĆ£o deu um valor para o acordo.
A plataforma, lanƧada em 2018, foi reintegrada nas lojas de aplicativos do Google e da Apple depois de ser removida apĆ³s os distĆŗrbios do CapitĆ³lio norte-americano em janeiro de 2021. O Parler Ć© uma das vĆ”rias plataformas de rede social, incluindo Gettr, Gab e Truth Social, que se posicionam como alternativas de liberdade de expressĆ£o ao Twitter .
No mĆŖs passado, o Parler criou uma nova empresa controladora, a Parlement Technologies Inc, como parte de uma reformulaĆ§Ć£o.
Em entrevista Ć Reuters nesta segunda-feira, o presidente-executivo da Parlement Technologies, George Farmer, disse que as negociaƧƵes com Ye comeƧaram recentemente, apĆ³s a Semana de Moda de Paris.
Em Paris, no dia 3 de outubro, Ye, que tambĆ©m Ć© estilista, vestiu uma camiseta com a frase: āWhite Lives Matterā (“Pessoas Brancas Importam”, na traduĆ§Ć£o). Quatro dias depois, ele fez postagens no Instagram que vĆ”rios grupos judaicos classificaram como antissemita. A Meta, que Ć© dona do Instagram e do Facebook, bloqueou Ye de sua conta no Instagram devido Ć s postagens.
Ye entĆ£o mudou para o Twitter, postando em 8 de outubro pela primeira vez em dois anos. O Twitter logo bloqueou sua conta tambĆ©m.
āO fator motivador para ele foi a discussĆ£o sobre o bloqueio no Instagramā, disse Farmer, que se recusou a comentar se o acordo inclui uma multa se qualquer uma das partes o rescindir.
Ye se juntou ao Parler nesta segunda-feira e tinha cerca de 91 seguidores no momento do anĆŗncio. Ele agora tem 3.900.
“Em um mundo onde as opiniƵes conservadoras sĆ£o consideradas controversas, temos que nos certificar de que temos o direito de nos expressar livremente”, disse ele em comunicado.
(Reportagem de Tiyashi Datta e Nivedita Balu, em Bengaluru, e Helen Coster, em Nova York)