05/11/2024 - 12:31
Campanha eleitoral dos EUA chega ao final com expectativa de disputa acirrada entre vice-presidente democrata e republicano de ultradireita.Eleitores dos Estados Unidos vão às urnas nesta terça-feira (05/10) para definir quem vai comandar a maior potência econômica e militar do mundo, num pleito que sinaliza ser acirrado.
Na disputa estão a atual vice-presidente e democrata Kamala Harris – que pode fazer história ao ser eleita a primeira mulher a ocupar a Casa Branca – e ex-presidente e republicano Donald Trump – que tenta protagonizar um retorno à Presidência quase quatro anos após deixar Washington em desgraça, na esteira de uma tentativa de golpe.
Não há previsão de quando os resultados serão divulgados por causa da natureza pulverizada do processo eleitoral americano, e a disputa pode se arrastar por alguns dias. Antes desta terça-feira, mais de 78 milhões já haviam votado antecipadamente. No peculiar sistema eleitoral indireto dos EUA, vence o candidato que obter no mínimo 270 votos no Colégio Eleitoral do país.
A votação também encerra um ciclo de campanha marcado por reviravoltas e tensões, incluindo a desistência da candidatura do atual presidente Joe Biden – que abriu caminho para Kamala Harris –, e duas tentativas de assassinato contra Trump. O pleito ainda ocorre em um cenário externo de tensão, com os EUA fortemente envolvidos no apoio a aliados que atualmente protagonizam conflitos: Israel e Ucrânia.
O resultado também deve provocar reverberações no mundo. Uma vitória de Kamala deve marcar a continuidade da maioria das políticas de Biden e ser bem-recebida na maioria dos países da Europa e no Brasil. Já uma vitória de Trump deve ser celebrada por setores da ultradireita mundial e potencialmente provocar reverberações negativas sobretudo na política de ajuda dos EUA à Ucrânia. Assim como ocorreu em 2020, Trump já sinalizou que também não pretende aceitar uma derrota, elevando a possibilidade de mais tensão após o encerramento do pleito.
Brasileiros nos EUA preferem Harris, mas Trump ganha terreno
Nos últimos anos, as eleições americanas vem sendo decididas por poucos milhares de votos em alguns estados decisivos. Assim, nem a democrata Kamala Harris nem o republicano Donald Trump podem abrir mão dos cerca de 103 mil eleitores brasileiros com dupla cidadania, em uma comunidade estimada em mais de 2 milhões de brasileiros nos EUA. Nesse grupo, a democrata lidera, segundo pesquisas, embora os republicanos tenham ganhado mais espaço ao longo dos anos.
"A maioria dos brasileiros com poder de voto nos EUA ainda é democrata, mas a cada eleição vemos um aumento do número de eleitores republicanos", afirma Mauricio Moura, fundador do Ideia, instituto de pesquisa que desde 2016 analisa a intenção de voto de brasileiros com dupla cidadania nos EUA.
Segundo pesquisa do Idea realizada entre 6 e 12 de outubro com 802 brasileiros, 60% deles disseram que votariam em Harris, contra 35% em Trump. Outros 2% escolheram outros candidatos, e 3% se indicaram como indecisos.
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Quando os resultados devem sair?
Em algumas eleições presidenciais anteriores nos EUA, os resultados foram projetados pela mídia americana no mesmo dia ou na manhã seguinte ao dia da votação.
Mas em disputas mais acirradas, como a atual, os meios de comunicação devem esperar mais tempo para declarar um vencedor em estados mais disputados, como os estados-pêndulo, por exemplo, e o anúncio dos resultados oficiais finais pode levar ainda mais tempo.
De acordo com a lei eleitoral americana, quaisquer discrepâncias nos estados devem ser resolvidas até 11 de dezembro.
Em 17 de dezembro, os delegados do Colégio Eleitoral se reúnem nas capitais de seus estados para votar formalmente para presidente e vice-presidente.
Em 6 de janeiro de 2025, o Congresso se reunirá em Washington para contar os votos dos delegados do Colégio Eleitoral e confirmar oficialmente o vencedor da eleição.
Em 20 de janeiro, a cerimônia de posse do presidente será realizada em Washington.
Os estados que podem decidir as eleições americanas
Os Estados Unidos são compostos por 50 estados, mas nem todos têm o mesmo peso quando se trata de eleições. Enquanto, em princípio, se pode antecipar como os "estados seguros" votarão, os sete estados-pêndulo (swing states) estão "em cima do muro", podendo eleger o candidato democrata ou o republicano.
Seus votos podem decidir a eleição num sentido ou no outro, o que os torna atraentes na campanha. Eles são colocados sob o microscópio e ganham comícios de alto perfil e visitas numerosas dos candidatos, além de serem inundados por propaganda visando os indecisos.
Ao longo dos anos, a lista dos swing states tem variado, devido a fatores como população, características demográficas ou mudanças em questões culturais mais amplas. Contudo, para o eleitorado americano a economia continua sendo o fator mais importante de todos. O posicionamento em relação ao aborto também influenciará de forma significativa o resultado das urnas em todo o país, mas cada estado-pêndulo tem seu próprio conjunto de questões-chave.
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