O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursou no Congresso americano na quarta-feira, 24, onde defendeu suas políticas em relação à guerra na Faixa de Gaza, atacou o Irã e pediu mais apoio militar de Washington. Nesta quinta-feira, 25, ele se reunirá com a vice-presidente Kamala Harris na Casa Branca para também tratar sobre o conflito. As informações são do “The New York Times”.

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Como vice-presidente, Kamala é a presidente do Senado americano, mas não esteve presente durante o discurso de Netanyahu, pois teve de participar de um evento no estado de Indiana.

No encontro com Netanyahu, a vice-presidente deve reiterar o apoio americano à guerra de Israel em Gaza, e também apresentar suas preocupações sobre o número de mortes, que superou 38 mil de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, e defender um acordo de cessar-fogo.

Além de Kamala, o primeiro-ministro israelense deve se encontrar com o presidente Joe Biden, que viu sua popularidade cair entre os democratas progressistas após se recusar a barrar o envio de armas para Israel. Há expectativa de que Harris consiga se livrar desse estigma e recuperar o apoio do eleitorado, visto que é a mais cotada para substituir o mandatário nas eleições presidenciais, em novembro.

Por conta disso, as declarações de Kamala realizadas antes e depois da conversa com Netanyahu devem ser observadas de perto em busca de como pode ser sua abordagem em relação ao conflito.

Em um discurso sobre os direitos civis em Selma, no Alabama, a vice-presidente pediu um “cessar-fogo imediato” e criticou Israel por criar uma “catástrofe humanitária”. Em outra ocasião, Kamala elogiou os estudantes americanos que fizeram protestos nas universidades do país. “Eles estão mostrando exatamente como a emoção humana deve ser em resposta a Gaza”, afirmou.

Assessores de Kamala Harris ressaltam que ela segue comprometida com seu apoio a Israel. Ela condenou os ataques de 7 de outubro de 2023 feitos pelo Hamas e, no mês de junho deste ano, participou de um fórum sobre violência sexual contra vítimas israelenses durante o conflito.

Antes de ter o conflito, Harris adotava uma postura acrítica em relação a Israel e, quando era senadora em 2017, chegou a discursar na convenção nacional de Aipac, algo que considerou ter sido “uma honra”.