 "Reprodução/Instagram")
O TJ-MT (Tribunal de Justiça do Mato Grosso) aceitou um pedido do Ministério Público do estado e suspendeu nesta quinta-feira, 14, a “Festa do Peão”, evento de música sertaneja que seria realizado em Peixoto de Azevedo (MT) — cidade localizada a cerca de 670 quilômetros de Cuiabá (MT) — com a presença de Zezé di Camargo e Naiara Azevedo.
A Justiça entendeu que o gasto público de R$ 2,2 milhões que seria utilizado no evento era desproporcional, já que o município, que possui menos de 50 mil habitantes e tem desafios em áreas essenciais — como saúde, educação e infraestrutura — apresentou um déficit orçamentário no primeiro semestre de 2025.
+ Zezé Di Camargo completa 62 anos; relembre momentos marcantes da vida do cantor
+ Naiara Azevedo anuncia novo projeto audiovisual em São Paulo
A “Festa do Peão” estava planejada para ocorrer entre os dias 27 e 31 de agosto com apresentações de Zezé di Camargo e Naiara Azevedo, além das duplas Cleber & Cauan, Humberto & Ronaldo e Wesley & Conrado.
De acordo com o MP-MT, houve um convênio entre a Secel-MT (Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer), que repassaria R$ 2 milhões à prefeitura de Peixoto de Azevedo, e a administração municipal, que faria uma contrapartida de R$ 200 mil.
Ainda, a Lei Estadual nº 12.082/2023 prevê que o repasse máximo para eventos como a “Festa do Peão” são de R$ 600 mil, a menos que haja uma autorização do governador.
O juízo da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo entendeu que a realização do evento e os pagamentos relacionados a ele poderiam causar prejuízos financeiros de difícil reparação ao município.
Procurada pela IstoÉ, a assessoria do cantor Zezé di Camargo afirmou que a contratação do artista “se deu mediante total regularidade e de acordo com a leis”. “Em relação à suspensão do evento e, consequentemente, o cancelamento do show, respeitamos a decisão da justiça”, comentou.
Procurado por IstoÉ, o escritório ESHOW, que representa o artista, enviou nota declarando que “a contratação se deu mediante total regularidade e de acordo com a leis que amparam apresentações em eventos e festas públicas promovidos pela municipalidade”, e que o valor publicado não reflete a realidade.
A empresa disse que contratação do show do artista se deu pelo valor de R$ 500.000,00 e que o valor de R$ 2.200.000,00 é referente ao total de contratações e outras despesas relacionadas a realização do evento.
A ESHOW finaliza o comunicado dizendo que o pedido feito pelo ministério público pela suspensão do evento e, consequentemente, o cancelamento do show, “respeitaremos a decisão da justiça” e que o escritório se coloca “à inteira disposição para mais esclarecimentos.”