Um tribunal do Peru negou nesta terça-feira (12) um pedido de libertação do ex-presidente Alberto Fujimori devido ao risco de ele ser infectado com o novo coronavírus por conta de sua idade e condições de saúde, conforme alegado por seus filhos.

Ao recusar a ação, a juíza Adriana Zulueta destacou que “a emergência de saúde, do ponto de vista legal, não permite a libertação de um preso”.

A resolução destaca que Fujimori, 81 anos, é o único preso da base policial onde cumpre pena; portanto, não há probabilidade de superlotação e contágio, como ocorre em outras prisões peruanas.

O ex-presidente Fujimori (1990-2000) está cumprindo uma sentença de 25 anos de prisão emitida em 2009 pelos massacres de Barrios Altos e La Cantuta, nos quais 25 pessoas foram assassinadas por um esquadrão da morte do exército.

Ambos os crimes ocorreram sob seu governo, no âmbito da guerra contra o grupo terrorista Sendero Luminoso.

Fujimori, de origem japonesa, apresenta problemas respiratórios e neurológicos recorrentes (paralisia facial) e hipertensão.

Hiro e Sachi, dois dos quatro filhos do ex-presidente, entraram com um habeas corpus há uma semana pedindo a libertação do pai, indicando que a idade e o estado de saúde o tornavam vulnerável à doença.

O governo peruano já havia negado em 14 de abril que Fujimori corria o risco de contrair o novo coronavírus na prisão.

Na terça-feira, o Peru superou a barreira das 2.000 mortes devido ao novo coronavírus, que já infectou mais de 72.000 pessoas no país, de acordo com o último relatório do Ministério da Saúde.