ROMA, 9 NOV (ANSA) – A Procuradoria de Roma pediu nesta sexta-feira (9) uma condenação de 10 meses de prisão para a prefeita da capital italiana, Virginia Raggi, por falso testemunho no caso da nomeação de Renato Marra, irmão do ex-chefe do Departamento Pessoal da Prefeitura Raffaele, para um cargo na secretaria de Turismo da cidade. A sentença foi pedida pelo promotor público Francesco Dall’Olio e pelo vice-promotor Paolo Ielo. No entanto, a decisão final será apresentada apenas neste sábado (10) pelo juiz Roberto Ranazzi. De acordo com a acusação, Raggi mentiu ao Ministério Público ao dizer que não tivera nenhuma participação na nomeação de Renato Marra, irmão de seu então braço-direito, Raffaele Marra, para um cargo na Secretaria de Turismo da capital italiana.   

Raffaele comandou o departamento municipal de recursos humanos de Roma nos primeiros meses do governo Raggi, eleita em junho de 2016. Segundo o Ministério Público, ele abusou de seu poder ao dar um cargo de alto escalão na Prefeitura para Renato, até então vice-comandante da polícia local.   

Mensagens descobertas no celular de Raffaele mostraram que a prefeita e o chefe de RH chegaram até a conversar sobre o salário de Renato, contrariando o depoimento de Raggi. Para a procuradoria, um dos motivos que levou Raggi a mentir foi o código de ética do Movimento 5 Estrelas (M5S). Se for condenada, ela poderá pegar de um a seis anos de prisão e sendo assim, de acordo com o código, a prefeita deverá renunciar ao cargo. “Se a prefeita tivesse dito a verdade, reconhecendo que Raffaele Marra tinha desempenhado um papel decisivo na escolha de seu irmão, a abertura de um processo criminal contra ela teria sido muito provável. Desta forma, ela poderia perder o cargo. Isso explica o motivo desse falso testemunho. Existem elementos claros”, concluíram os procuradores. Questionado sobre o caso, o vice-primeiro-ministro, Luigi Di Maio, reafirmou que ainda não sabe o resultado do julgamento, mas tem convicção de que o “código de conduta do M5S é claro”.   

Já o vice-premier e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, por sua vez, também disse que está aguardando a sentença deste sábado e espera que “Virginia Raggi seja absolvida”. (ANSA)