Justiça Militar colombiana investiga bombardeio ordenado por Petro que matou menores

A Justiça Militar da Colômbia anunciou nesta segunda-feira (17) o início de uma investigação por suposto uso excessivo da força em um bombardeio contra a guerrilha, ordenado pelo presidente Gustavo Petro, no qual morreram sete menores recrutados à força.

A Defensoria do Povo, entidade encarregada de defender os direitos humanos semelhante à Defensoria Pública, denunciou no sábado a morte dos jovens no departamento amazônico de Guaviare (sul) na semana passada.

A operação gerou fortes críticas por parte da oposição e do próprio governo contra Petro, que antes de ser presidente rejeitava a morte de menores recrutados.

O Ministério Público Militar anunciou emnota que abriu uma investigação para “verificar” se o ataque, no qual morreram 19 guerrilheiros, “atendeu aos princípios e regras que orientam o uso legítimo da força pública no contexto do conflito armado”.

O escritório de Direitos Humanos da ONU na Colômbia manifestou no sábado sua “profunda preocupação” pela morte dos sete menores e instou as forças colombianas a “adotarem todas as precauções” para proteger crianças vítimas de recrutamento.

Em um primeiro momento, Petro se defendeu ao garantir que ordenou o bombardeio para evitar uma emboscada de rebeldes contra um grupo de soldados.

No domingo, lamentou na rede X a “dolorosa perda” dos menores. “Carregarei esse peso em minha consciência e sei que nunca poderei superar a dor de suas mães, às quais peço perdão”, disse.

O bombardeio foi dirigido a uma facção das dissidências das Farc sob comando do criminoso mais procurado do país, conhecido como Iván Mordisco.

Perto das eleições presidenciais de 2026, Petro enfrenta fortes críticas por parte da direita e de seu próprio partido.

Em 2019, o então ministro da Defesa Guillermo Botero renunciou ao cargo pressionado por debates de moção de censura no Congresso por ordenar um bombardeio no qual morreram menores.

Petro, então senador de oposição ao governo de direita de Iván Duque, qualificou esses fatos como um “crime de guerra”.

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