PARIS, 26 NOV (ANSA) – O Tribunal de Cassação, a mais alta instância judicial da França, confirmou nesta quarta-feira (26) a condenação do ex-presidente Nicolas Sarkozy por financiamento ilegal de sua campanha eleitoral de 2012.
Este é mais um problema jurídico enfrentado pelo esposo da atriz e cantora italiana Carla Bruni após ter ficado preso por quase um mês em decorrência de outro processo.
Sarkozy, de 70 anos, havia recorrido da condenação de 2024 por financiamento ilegal de campanha referente à sua fracassada tentativa de reeleição em 2012, pela qual recebeu uma sentença de um ano de prisão.
A Corte de Cassação, no entanto, rejeitou o recurso apresentado pela defesa do ex-presidente no âmbito do caso conhecido como “Bygmalion”. Desta forma, ele deverá cumprir sua pena definitiva de um ano de prisão, sendo seis meses com pena suspensa.
Em setembro de 2021, o tribunal de Paris já havia condenado Sarkozy por exceder significativamente o limite legal de seus gastos de campanha eleitoral. No entanto, a mesma corte solicitou que a pena fosse diretamente comutada para prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.
Na ocasião, juntamente com Sarkozy, outras 13 pessoas foram condenadas a penas de até três anos e meio de prisão, suspensas parcialmente.
O processo demonstrou a existência de um mecanismo montado para ocultar o aumento dos gastos com a campanha eleitoral, cerca de 43 milhões de euros, em comparação com um máximo autorizado de 22,5 milhões. Tratava-se de um sistema de faturamento duplicado que atribuía ao partido de Sarkozy grande parte do custo dos comícios eleitorais.
Ao contrário dos demais réus, o ex-presidente não foi condenado pelo sistema de faturas falsas, mas por ter decidido prosseguir com os comícios apesar de estar ciente dos riscos de ultrapassar o limite de gastos.
O ex-chefe de Estado, que ocupou o Palácio do Eliseu de 2007 a 2012, negou “qualquer responsabilidade penal”, denunciando “invenções” e “mentiras”. (ANSA).