Justiça manda soltar Poze do Rodo, quatro dias após prisão por apologia ao crime

MC, que também é investigado por envolvimento com o tráfico de drogas, foi detido em casa, na última quinta-feira, 29/05

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MC Poze do Rodo Foto: Reprodução/Instagram

A Justiça do Rio de Janeiro concedeu habeas corpus, na tarde desta segunda-feira, 2, para o cantor Marlon Brendon Coelho Couto, o MC Poze do Rodo, preso no último dia 29 por apologia ao crime e por envolvimento com o tráfico de drogas.

A soltura foi determinada pelo desembargador Peterson Barroso, da Primeira Vara Criminal de Jacarepaguá, que reconheceu que a medida de prisão não se sustentava, já que ficou demonstrada a imprescindibilidade da prisão para a investigação. O artista deve cumprir medidas cautelares.

“O alvo da prisão não deve ser o mais fraco – o paciente, e sim os comandantes de facção temerosa, abusada e violenta, que corrompe, mata, rouba, pratica o tráfico, além de outros tipos penais em prejuízo das pessoas e da sociedade”, escreveu o desembargador.

MC Poze do Rodo terá que cumprir as medidas cautelares:

– comparecimento mensal em juízo até o dia 10 de cada mês para informar e justificar suas atividades;

– não se ausentar da Comarca enquanto perdurar a análise do mérito deste habeas corpus;

– permanecer à disposição da Justiça informando telefone para contato imediato caso seja necessário;

– proibição de mudar-se de endereço sem comunicar ao Juízo;

– proibição de comunicar-se com pessoas investigadas pelos fatos envolvidos neste inquérito, testemunhas, bem como pessoas ligadas à facção criminosa Comando Vermelho;

– obrigação de entregar o passaporte à Secretaria do Juízo originário.

Marlon Brendon Coelho Couto foi preso por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil do RJ, investigado por apologia ao crime e por envolvimento com o tráfico de drogas.

Na ação, os policiais cumpriram o mandado de prisão temporária na casa dele, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro.

A DRE havia aberto uma investigação após viralizarem vídeos de uma apresentação do funkeiro em um baile funk na Cidade de Deus, na zona oeste do Rio.

As imagens mostram pessoas com os rostos à mostra circulando no meio do público exibindo fuzis e enquanto registravam o momento.

A apresentação, na qual o artista cantou músicas enaltecendo uma facção criminosa, ocorreu dias antes da morte de um agente da civil durante uma operação policial naquela comunidade.

O show que deu início às investigações policiais não foi o primeiro em que Poze se apresentou com a presença de pessoas armadas. Em 2020, ele foi visto em situação semelhante em baile funk Jacaré, zona norte da capital.