Justiça manda prender rapper Oruam por ligação com CV

SÃO PAULO, 22 JUL (ANSA) – A Justiça do Rio de Janeiro emitiu nesta terça-feira (22) um mandado de prisão contra o rapper Oruam, indiciado pela Polícia Civil por seis crimes, incluindo associação ao tráfico de drogas e ligação com o Comando Vermelho (CV).   

De acordo com as autoridades locais, o artista e seus amigos impediram o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra um menor procurado pela polícia por roubo na noite passada.   

Na ocasião, Oruam viu os agentes em frente à sua residência e convocou seus seguidores para ajudá-lo: “Aí, tropa: tem mais de 20 viaturas na porta da minha casa. O mesmo delegado que me prendeu, eu estava saindo, botou uma pistola na minha cara, tentou me prender, conseguimos sair”, declarou.   

Informações divulgadas pela polícia apontam que o adolescente infrator, identificado como “Menor Piu”, seria um dos “principais roubadores de veículos do estado” e segurança do traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca.   

“Oruam viu da varanda da casa dele e começou a tacar pedras em cima dos policiais”, contou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, acrescentando que “acertaram a viatura e machucaram o policial que acompanhava o Moysés [Santana, delegado da DRE].” Na sequência, o rapper foi até a rua e começou a xingar os agentes: “Delegado da Civil! Ei, Moysés! Tu é c*zão! Filha da p*ta! Tá tudo gravado! Você é covarde!”, gritou o MC.   

Segundo Curi, Oruam responderá por seis crimes: tráfico, associação para o tráfico de drogas, lesão corporal, resistência qualificada, desacato e dano ao patrimônio público.   

“Não foi uma confusão: eles frustraram, eles impediram que uma ação legítima do Estado fosse concretizada”, declarou.   

Em entrevista ao “Bom Dia Rio”, Curi explicou ainda que, “após esse evento, ele fugiu e se escondeu no Complexo da Penha” e “gravou um vídeo que é uma confissão”.   

“Trata-se de um marginal faccionado ligado à facção Comando Vermelho. E desafiando as autoridades de segurança pública a irem até lá para fazer a captura dele”, concluiu.   

Por sua vez, a defesa de Oruam afirmou que não se manifestou ainda sobre o caso por não ter tido acesso ao inquérito policial. (ANSA).