A justiça iraniana ordenou nesta segunda-feira (30) o bloqueio do Telegram, o aplicativo de mensagem mais popular do Irã, ao qual Teerã acusa de facilitar a comunicação de grupos opositores armados e violentos.
Um juiz de Teerã deu a ordem de bloquear o Telegram, segundo a Mizan Online, agência de imprensa da Autoridade Judicial.
Há semanas que se esperava essa decisão, sobretudo depois que, em meados de abril, quando o governo ordenou a todos os órgãos do Estado que deixassem de usar Telegram para suas comunicações externas.
Todos os provedores de acesso a internet e os operadores telefônicos “têm a obrigação de bloquear totalmente a partir de hoje o acesso ao Telegram”, informou Mizan, citando a decisão do juiz.
No entanto, segundo jornalistas da AFP no país, o aplicativo continuava funcionando na noite desta segunda-feira.
O Telegram, criado pelo russo Pavel Durov, é a rede social mais popular no Irã, com cerca de 40 milhões de usuários, quase a metade da população. O aplicativo encriptado é utilizado diariamente por empresas, particulares, meios de comunicação e políticos.
As autoridades culpam o Telegram de ter permitido a retomada dos protestos em dezenas de cidades iranianas nos últimos dias de 2017 e nos primeiros de 2018, ao permitir a difusão de mensagens insurrecionais emitidas por grupos no exílio.
O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, e o presidente Hassan Rohani fecharam sua conta de Telegram no dia 19 de abril, convergindo com a decisão de impedir seu uso aos órgãos de Estado.
Teerã tenta promover serviços de mensagem locais para substituir o popular aplicativo.