Como era previsto e imaginado, pois absolutamente lógico, a “notícia-crime” (que não noticiava crime algum) feita por Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético Mineiro, aos atuais dirigentes do Clube, Sergio Coelho (presidente) e Ricardo Guimarães (presidente do Conselho Deliberativo), foi arquivada – sem abertura de inquérito – nesta quarta-feira (25) pelo Ministério Público de Minas Gerais.

A 12ª Promotoria de Justiça Criminal de Belo Horizonte não encontrou – até porque não havia – qualquer indício de irregularidade na eleição do Conselho Deliberativo do Galo, conforme “denúncia” de Kalil, reverberada nas redes sociais por seus “bate-paus”, a soldo ou não. Conforme detalhei em colunas e entrevistas anteriores, jamais houve qualquer irregularidade, até porque os tempos são outros (e bem diferentes) no Atlético.

Já a situação do ex-mandatário de BH e do CAM talvez não seja nem esteja tão tranquila e confortável, já que anda isolado politicamente (até hoje não conseguiu emplacar um cargo, nem de baixo escalão, na administração federal), desprestigiado junto à torcida atleticana (que percebeu a tentativa de sabotagem) e prestes a ser investigado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte.

Kalil e seu grupo destruíram os cofres atleticanos e deixaram um rastro de ações judiciais por todos os lados, e deverão ser alvos de providências que o Clube tomará, à partir de um relatório elaborado pela consultoria Kroll, uma das maiores e mais conceituadas empresas de investigação corporativa do mundo, que apurou supostos desvios e possível mau uso do dinheiro do Galo em benefício próprio e de terceiros ligados a si.

O Atlético está prestes a oficializar sua Sociedade Anônima de Futebol (SAF), que Kalil é contra, já que perderá definitivamente o pouco que lhe sobrou de poder dentro do Clube que tenta voltar a controlar, e por isso optou por tumultuar – com ações infundadas como a arquivada pelo MP – o bom ambiente alvinegro. Outra má notícia para o aliado de Lula, mas ótima para o Galo e a torcida, é a proximidade da inauguração da Arena MRV.

Após desastrosa participação na última reunião do Conselho do Galo, em que ofendeu os presentes e saiu vaiado, assistindo à anulação, por unanimidade, da nomeação do novo estádio como Elias Kalil (seu pai) – até aliados seus revogaram a decisão anterior, de tão irregular que fora -, revoltado, devolveu medalhas e outras honrarias que recebeu, podendo, inclusive, ser punido estatutariamente por atos contra a imagem do Atlético.

Alexandre Kalil tinha tudo para viver seus “anos de ocaso” com prestígio junto a torcida atleticana e a população de Belo Horizonte, que o reelegeu prefeito em 2020. Porém, seu temperamento belicoso e maus atos passados pesaram, e até mesmo o apoio eleitoral ao PT, em outubro de 2022, terminou em briga com aliados próximos do presidente eleito. Como diz a expressão popular, “é um elefante numa loja de cristais”. R.I.P, Alexandre. O Atlético não é mais seu.