A Justiça francesa ordenou, nesta terça-feira (19), que o ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy compareça como testemunha no julgamento de cinco ex-colegas seus pelas dezenas de pesquisas encomendadas pelo Palácio Eliseu durante seu mandato.

O ex-chefe de Estado, que não está sendo julgado graças à sua imunidade presidencial, comunicou ao tribunal administrativo de Paris sua recusa a comparecer, como pedia a associação anticorrupção Anticor.

O tribunal considerou, entretanto, que “o depoimento de Nicolas Sarkozy é efetivamente (…) necessário para estabelecer a verdade” e que poderia “influenciar nos fatos atribuídos aos acusados”.

O tribunal “ordenou que este testemunho seja levado a ele pela força pública para ser ouvido em 2 de novembro”. Consultado sobre esta decisão, o entorno de Sarkozy rejeitou reagir “no momento”.

Já condenado a um ano de prisão em março, e a outro, no final de setembro por outros casos – veredictos dos quais recorreu -, o presidente francês (2007-2012) se recusou, em 2016, a comparecer ao juiz de instrução deste caso.

O escândalo das pesquisas, que começou em 2010, revelou que o Eliseu pagou muitas sondagens de opinião sobre a popularidade do presidente, suas políticas, seus adversários e até sobre sua esposa, Carla Bruni.

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Um “vício em pesquisas”, denunciou em 2012 o político ambientalista Raymond Avrillier, que obteve documentos da Presidência francesa por meio da Justiça administrativa.

Durante quatro meses, o tribunal deve abordar as suspeitas de favoritismo e de malversação de fundos públicos sobre os contratos fechados pelo Eliseu, sem licitação.

Entre os acusados, estão o historiador e jornalista de extrema direita Patrick Buisson, o ex-secretário-geral da Presidência Claude Guéant e a ex-chefe de gabinete Emmanuelle Mignon.

O ex-diretor da empresa de pesquisas Ipsos, Pierre Giacometti, também está entre os processados, assim como o ex-conselheiro Julien Vaulpré.


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