A Justiça francesa investiga ameaças de morte publicadas nas redes sociais contra o policial acusado de matar um jovem com um tiro à queima-roupa, cuja morte que desencadeou várias noites de distúrbios no país, indicou o Ministério Público de Paris nesta sexta-feira (7).

O advogado do agente, Laurent-Franck Liénard, disse à AFP que apresentou uma denúncia em uma delegacia de Paris por ameaças de morte contra ele mesmo e contra seu cliente, confirmando uma informação da emissora CNews.

A morte de Nahel, um jovem de 17 anos, em 27 de junho provocou várias noites de violência marcadas por ataques contra prédios públicos, saques de lojas e incêndios de carros e de caçambas de lixo.

O policial, que atirou contra o jovem durante uma blitz de trânsito em Nanterre (a oeste de Paris), encontra-se em prisão preventiva desde 29 de junho por homicídio doloso.

O drama trouxe de volta o debate na França sobre a violência policial e sobre violência contra representantes públicos, especialmente depois de um ataque contra a residência de um prefeito na região de Paris.

Após uma denúncia das autoridades, a Justiça também abriu uma investigação pela divulgação pelo semanário local Oise Hebdo do nome e do endereço do policial acusado, ao considerar que isso poderia trazer risco para ele e sua família.

O policial e seus familiares também foram alvo de uma polêmica na França por causa de uma campanha de arrecadação on-line, organizada por um representante da ultradireita, para ajudá-los, que arrecadou cerca de 1,6 milhão de euros (cerca de 8,5 milhões de reais, na cotação atual).

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