A Justiça francesa iniciou uma nova investigação contra o ator Gérard Depardieu após uma cenógrafa denunciá-lo por uma suposta agressão sexual em 2021, indicou nesta terça-feira(5) o Ministério Público de Paris, confirmando uma publicação do Mediapart.

A queixa apresentada por Amélie, de 53 anos, no final de fevereiro, também reportou assédio sexual e ofensas sexistas durante as filmagens de “Les volets verts” de Jean Becker, em Paris.

A denunciante relatou ao Mediapart que o ator fez comentários indecentes e depois a “agarrou brutalmente”, tocando sua “cintura, seu abdômen e seios”. Os guarda-costas do ator teriam interrompido a agressão.

O site noticiou que outra mulher –Sarah, 33 anos e terceira assistente de direção— também acusa a Depardieu de tocar-lhe “os seios e as nádegas” duas vezes em agosto de 2021, em Paris.

Jean Becker “sabia perfeitamente que duas mulheres haviam sido gravemente agredidas”, afirmou à AFP a atriz Anouk Grinberg, que participou do filme, no qual havia uma profissional encarregada de evitar casos de assédio. “Nunca me foi apresentada”, disse.

Em dezembro de 2020, a Justiça imputou a Depardieu, de 75 anos, uma suposta agressão sexual à atriz Charlotte Arnould, que em agosto de 2018 o denunciou por dois estupros na casa do ator em Paris.

No final de dezembro, a Justiça arquivou, por prescrição, a denúncia da atriz Hélène Darras, que o acusava de agredi-la sexualmente durante uma filmagem em 2007.

Neste mês, a jornalista e escritora espanhola Ruth Baza anunciou que denunciou o intérprete na Espanha por estupro, em fatos supostamente ocorridos em Paris em 1995.

As repetidas acusações contra Depardieu se tornaram uma frente de guerra cultural na França, dividindo o mundo do cinema e confrontando grupos feministas e defensores do ator.

 

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