Justiça francesa condena três ex-diretores da Ubisoft por assédio

Um tribunal francês condenou, nesta quarta-feira (2), três ex-executivos da Ubisoft a penas de até três anos de prisão com sursis por fomentar uma cultura de assédio sexual e psicológico na gigante do videogame.

Thomas François, ex-vice-presidente editorial, recebeu a pena mais severa de três anos de prisão com sursis e 30.000 euros (192 mil reais) por assédio moral, sexual e tentativa de agressão sexual.

Dos três acusados, François foi quem enfrentou as acusações mais graves, incluindo obrigar uma funcionária a fazer o pino enquanto usava saia, cumprimentar com nomes inadequados, tentar tocar os órgãos genitais das pessoas como parte de um suposto “jogo” ou beijar de surpresa funcionários do sexo masculino.

A “cultura Ubi” foi um tormento para um grupo de jovens que romperam o silêncio e apresentaram uma denúncia neste caso, considerado como o MeToo dos videogames.

O antigo número 2 da Ubisoft, Serge Hascoët, foi condenado a 18 meses de prisão com sursis e a uma multa de 45.000 euros (288 mil reais) por assédio moral e cumplicidade em assédio sexual.

Um terceiro executivo, Guillaume Patrux, foi condenado a 12 meses de prisão com sursis e a uma multa de 10.000 euros (60 mil reais).

“É uma decisão muito boa, para hoje e para o futuro. Para todas as empresas, significa que quando há uma gestão tóxica, os executivos devem ser condenados e os chefes não podem mais deixar isso passar”, declarou Maude Beckers, advogada dos demandantes.

A Ubisoft iniciou as investigações depois que a imprensa repercutiu as denúncias, o que gerou críticas mais amplas contra a indústria dos jogos na França.

Hascoët e François deixaram a empresa em 2020, junto com Patrux, após as investigações internas.

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