O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara do Distrito Federal, pediu que a defesa de Lúcio Funaro apresente à Justiça novas informações da fiscalização do ambiente onde o corretor financeiro cumpre prisão domiciliar desde dezembro do ano passado, no interior de São Paulo, em Vargem Grande do Sul.

Leite pede que a defesa entregue um novo mapa de cobertura das câmaras instaladas onde ele cumpre o regime domiciliar, com indicação do local onde estão instalados os aparelhos, e cobra também os registros da monitoração eletrônica feitos desde o primeiro dia da domiciliar até 31 de dezembro.

O juiz ainda requer que o Núcleo de Segurança da Seção Judiciária do DF seja consultado sobre a possibilidade de se fazer a fiscalização das condições exigidas a Funaro para sair da Papuda.

O pedido surgiu de uma constatação do juiz de que as imagens do “mapa” de câmeras apresentadas pela defesa de Funaro não abrangiam toda a área ocupada na prisão domiciliar, e de que alguns dos vídeos enviados não puderam ser visualizados.

O magistrado ainda reclama que a Justiça está tendo dificuldades “operacionais” para a monitoração eletrônica diária da prisão do corretor, e pede o auxílio do Núcleo de Segurança da Seção Judiciária do DF, que teria, na visão do juiz, estrutura e servidores com experiência na monitoração.

“Haja vista o reduzido quadro de servidores disponíveis e a inexistência nesta Unidade de sala com monitores que operem diuturnamente e em número suficiente, bem como a ausência de corpo de segurança que avalie a adequação das câmeras, quanto ao número necessário de aparelhos, locais de funcionamento, qualidade das imagens e ângulo de cobertura, para proporcionar melhor fiscalização da prisão domiciliar”, aponta Leite ao pedir ajuda do Núcleo de Segurança.

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Funaro foi liberado da Papuda sob as condições de monitoramento eletrônico por meio de câmeras na fazenda onde ele está instalado. Ele também deve enviar à Justiça, mensalmente, os registros eletrônicos da fiscalização.

O corretor celebrou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República na reta final do mandato do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Ele implicou políticos e empresários nas suas revelações, entre eles o presidente Michel Temer e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.


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