As eleições presidenciais deste ano no Brasil serão contaminadas pelas chamadas “fake news” e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não conseguirá combater a disseminação de notícias falsas no pleito, conforme análise de juristas em debate na capital paulista.

Para o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Marcelo Ribeiro, é impossível controlar a disseminação de notícias falsas durante a eleição. “Acho que é impossível. Desde que o mundo é mundo, as pessoas mentem”, afirmou, durante o Encontro de Lideranças Nacionais, organizado pelo escritório Bonini Guedes na capital paulista. O jurista diz que uso da tecnologia pode minorar o problema, assim como os recursos são usadas para disseminação de informações inverídicas.

O ministro do TSE Admar Gonzaga afirmou que as “fake news” não devem ser o principal problema da eleição. “Não me preocupa a questão da fake news, eu acho que isso vai acabar se resolvendo com tecnologia”, disse. Para ele, o controle ficará a cargo do cidadão. “Isso sempre existiu e nós, cidadãos deste mundo moderno que mal começou, nessa novação ambiência, vamos ter que nos acostumar a nos defender desse tipo de ataque.”

Liberdade de expressão

O controle da Justiça Eleitoral sobre as fake news pode esbarrar na liberdade de expressão dos cidadãos. “Eu não acredito que a liberdade de expressão seja a todo custo que nós devemos observar sem qualquer exceção”, afirmou Ribeiro. “Deve haver controle estatal, embora esse controle sempre será ineficiente. Não vai conseguir cortar o problema. Vai conseguir minorar, talvez”, disse.

O estrategista político americano Arick Wierson – que trabalhou para o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg – afirmou que o uso das “fake news” é uma realidade consolidada nas eleições no Brasil e no mundo todo. “Só vai crescer”, apontou.

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