O ex-presidente peruano Alejandro Toledo (2001-2006) pode ser extraditado para o Peru para responder na Justiça de seu país pelas acusações de corrupção que pesam contra ele, autorizou um juiz dos Estados Unidos nesta terça-feira (28).

“O tribunal ouviu e considerou as evidências de criminalidade e acredita que são suficientes para apoiar as acusações de conspiração e lavagem de dinheiro”, sentenciou o juiz Thomas Hixon.

Com a autorização da Justiça, a decisão sobre a extradição de Toledo, em prisão domiciliar na Califórnia, recai agora sobre o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.

O político de 75 anos é acusado pelo Ministério Público peruano, que investiga o caso Lava Jato, de ter recebido 20 milhões de dólares da construtora brasileira Odebrecht para lhe conceder a construção da rodovia Interoceânica, que liga o Peru ao Brasil.

O MP também acusa Toledo de crimes de tráfico de influência, conluio e lavagem de dinheiro em detrimento do Estado peruano.

O ex-presidente rejeitou as acusações e se declarou inocente.

Toledo foi preso em 2019. Ele ficou sete meses preso nos Estados Unidos, mas foi enviado para prisão domiciliar devido à pandemia, enquanto o pedido de extradição do Peru era analisado.

Toledo é um dos quatro ex-presidentes do Peru implicados no escândalo de corrupção da Odebrecht, que levou parte da elite política e empresarial brasileira e autoridades de outros países latino-americanos para trás das grades.

O ex-presidente peruano Alán García (1985-1990, 2006-2011) suicidou-se em 2019, aos 69 anos, antes de ser detido pela polícia de Lima, também por envolvimento com o caso Oderbrecht.