Depois de 44 dias retido pelo pai americano nos Estados Unidos, o garoto Gustavo Gaskin, de 13 anos, já pode voltar para o Brasil na companhia da mãe, a brasileira Cheyenne Menegassi, de Santa Rosa do Viterbo, interior de São Paulo. A Justiça do Estado de Tennessee suspendeu, na noite desta quinta-feira, 8, a guarda emergencial dada ao pai, o americano Samuel Gaskin, e determinou que ‘Guga’, como é conhecido, fique sob os cuidados da mãe. Os dois permanecem nos Estados Unidos, mas já providenciam passagem e documentação para o retorno ao Brasil.

A audiência durou cerca de dez horas e, segundo a advogada da família, Camila Ghizennini Carrieri, o depoimento do garoto foi decisivo para a sentença da corte. O adolescente foi ouvido pelo juiz separado dos pais, mas o conteúdo do depoimento não foi divulgado por envolver menor e questão familiar. Na página criada numa rede social para divulgar o caso, Cheyenne comemorou o que considerou uma vitória. “Ganhamos, o Guga vai voltar!”, postou. “Não dormia de ansiedade, agora não durmo de felicidade. Essa vitória é de todas as pessoas que lutaram juntas, que oraram, compartilharam, compraram camisetas, assinaram a petição”, afirmou, referindo-se à campanha realizada na cidade pela volta do garoto.

Cheyenne mudou-se para o Brasil com o filho há 11 anos, depois de romper um relacionamento com o pai dele, americano. Na época, Samuel concordou que a mãe ficasse com a guarda da criança e, durante esse tempo, além de não prover o sustento, poucas vezes falou com o filho. Em junho, ele pediu que Cheyenne deixasse o garoto passar as férias escolares em sua casa, em Summertown, no Tennessee. A mãe concordou.

‘Guga’ viajou sozinho no dia 27 de junho e passou a não dar notícias. Depois de muita insistência, ela conseguiu falar com o ex-marido, mas este lhe disse que o filho não voltaria mais ao Brasil. O caso foi denunciado ao Ministério da Justiça e às autoridades americanas. A mãe viajou para os Estados Unidos disposta a trazer Guga de volta. A advogada de Cheyenne invocou a Convenção de Haia, que prevê a discussão da guarda, nesses casos, na Justiça do país onde mora o filho menor. Ela acredita que essa tese foi acolhida pela corte do Tennessee.


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