Um juiz do Supremo Tribunal espanhol deu às partes cinco dias para apresentar as alegações sobre o pedido de liberdade do independentista Jordi Sánchez para ser eleito presidente da Catalunha, um prazo que deixou no ar sua sessão de posse prevista para segunda-feira.
“O juiz Pablo Llarena deu hoje às partes prazo de cinco dias para que informem sobre os pedidos de liberdade apresentados por Jordi Sánchez” e outros líderes pró-independentistas em prisão provisória, indicou uma fonte judicial à AFP.
Os cinco dias úteis terminam na terça-feira, um dia após a data que o Parlamento regional tinha previsto começar a realizar o debate de posse.
Por enquanto, não houve reação da presidência do Parlamento, que convocou a sessão e tem o poder de adiá-la.
Sánchez pediu permissão ao juiz Llarena para sair da prisão, onde está desde meados de outubro investigado por sedição em relação a uma manifestação convocada em setembro por uma associação independentista que presidia, para participar da sessão na Câmara regional.
Formado em Ciências Políticas e com 53 anos, Sánchez foi proposto pelo líder separatista Carles Puigdemont, que está na Bélgica e é perseguido na Espanha por rebelião e sedição, que retirou sua candidatura para a presidência catalã ante a impossibilidade de ser empossado.
Embora os independentistas somem maioria no Parlamento, Sánchez não é apoiado por uma pequena formação secessionista, colocando em dúvida se sua candidatura irá conseguir superar os votos contra dos partidos não separatistas.
De toda forma, a lista independentista que levou mais votos nas eleições de 21 de dezembro, Juntos pela Catalunha, defendeu que “Sánchez continua sendo o candidato à posse”, declarou seu porta-voz, Eduard Pujol.
“Não entenderíamos que o Supremo Tribunal não se animasse a resolver favoravelmente o pedido de liberdade”, lançou.
“Propõem Sánchez porque sabem que ele provavelmente não poderá ser presidente, porque sabem que isso contribuirá para a história de vitimização”, afirmou Inés Arrimadas, líder do Cidadãos (centro direita e antinacionalista), primeira força parlamentar, mas sem apoio para governar.