A Justiça decretou a prisão preventiva da delegada do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Paulínia, Sueli Aparecida Neute, acusada de corrupção. A policial é procurada desde a sexta-feira, 4, quando a ordem de prisão foi expedida. Agentes da 2ª Corregedoria Auxiliar da Polícia Civil cumpriram diligências em seu endereço e em locais que costumava frequentar, mas ela não foi localizada. De acordo com nota divulgada nesta quarta-feira, 9, pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), a delegada já é considerada foragida.

A policial é acusada dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e extorsão, juntamente com outros policiais civis do Deic, que foram presos no início de outubro. Os acusados trabalharam na Operação Petroleiros, da Polícia Civil, que em junho prendeu oito pessoas em Paulínia e Campinas. As investigações apontaram um esquema de roubo de cargas e fraudes em combustíveis. A mando de donos de transportadoras, criminosos roubavam caminhões tanques em rodovias da região, adulteravam o combustível e revendiam a carga adulterada a postos de abastecimento.

Conforme a apuração do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, os policiais passaram a extorquir dinheiro dos empresários para não levar adiante as investigações. Os agentes pediram R$ 6 milhões para livrar os suspeitos, mas acabaram aceitando R$ 2 milhões e um carro. No dia 6 de outubro, foram presos dois policiais civis, um advogado que intermediava os contatos e um empresário de Cosmópolis que aceitou pagar a propina. Cinco dias depois, outro policial civil se entregou à Corregedoria de Campinas.

Acusada de participar do esquema, a delegada Sueli estava afastada do cargo a pedido do MP desde o oferecimento da denúncia. Segundo a assessoria do MP, novos fatos demonstrados no processo justificaram a prisão cautelar da acusada. A Corregedoria da Polícia Civil de Campinas informou que apoia a ação do MP e que já instaurou procedimento administrativo contra a delegada e os agentes. A reportagem não conseguiu localizar o advogado que faz a defesa da policial.