ROMA, 13 AGO (ANSA) – Os juízes da Corte de Apelação de Roma determinaram nesta quarta-feira (13) a realização de uma perícia médica para avaliar as condições de saúde da deputada federal Carla Zambelli, que está presa na Itália desde 29 de julho e foi condenada no Brasil a 10 anos de cadeia.
O objetivo é verificar se o estado da parlamentar é compatível com o regime carcerário na penitenciária de Rebibbia, uma das principais do país.
Zambelli diz sofrer de síndrome de Ehlers-Danlos, doença rara que provoca frouxidão muscular e nas articulações, e a defesa pede que ela aguarde em liberdade a tramitação do processo de extradição movido pelo Brasil.
A deputada afirmou ter se sentido mal durante a audiência desta quarta e chegou a ser examinada por uma médica. A sessão teve a presença de Alessandro Gentiloni, advogado do governo brasileiro no caso, e uma nova audiência foi marcada para 27 de agosto. Enquanto isso, Zambelli seguirá presa.
Alvo de um mandado de prisão da Interpol, ela havia fugido para a Itália, nação da qual tem cidadania, no início de junho, para escapar de uma condenação a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O crime foi cometido com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto, sentenciado a oito anos e três meses de detenção, e tinha o objetivo de prejudicar a credibilidade do poder Judiciário.
Zambelli chegou a gravar um vídeo antes de ser presa, no qual garante estar “tranquila” e que não vai “voltar ao Brasil para cumprir pena”. “Se eu tiver que cumprir pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático”, declarou.
O processo de extradição tem duração incerta, e a palavra final caberá ao Ministério da Justiça italiano. (ANSA).